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terça-feira, 7 de abril de 2015

CPR11: uma app que pode salvar vidas! Suporte Básico de Vida/Reanimação Cardiorespiratória

Foi lançada recentemente uma aplicação gratuita (APP) para telemóvel, denominada CPR11, que indica os passos a seguir no suporte básico de vida/reanimação cardiopulmonar (RCP)_ uma aplicação muito importante, pois a maioria das pessoas não sabe como atuar no caso de se deparar com uma vítima em paragem cardiorespiratória.

Enquanto praticantes desportivos, somos uma das franjas da população mais expostas a esse tipo de doenças súbitas, mas em qualquer local isso pode acontecer. Daí, considero que se deva não só descarregar a aplicação CPR11, como também partilhá-la por todos os nossos amigos e conhecidos.
A existência de formações sobre suporte básico de vida e primeiros socorros, desde uma idade jovem, deveria ser uma situação comum, devendo inclusive fazer parte dos currículos escolares. Para além dessa primeira abordagem escolar, deveria ser também obrigatória a existência dessas formações na vida adulta, como por exemplo aquando do exame de condução. Felizmente, aplicações como a CPR11 ajudam a colmatar essas falhas, apesar de não ser suficiente. Falando do meu caso pessoal, enquanto professor de Educação Física e porque sempre fui muito interessado pela área de saúde, senti a necessidade de obter mais conhecimentos nessa área. Daí que, para além de ter assistido a pequenas formações de primeiros socorros e lesões desportivas, acabei por tirar o Curso de Primeiros Socorros da AMI (Assistência Médica Internacional).  

Falando da app CPR11, ela é constituída por 11 passos, devidamente documentados através de vídeo, que permitem ao utilizador seguir os diferentes momentos de reanimação cardiopulmonar(RCP) de uma vítima. A app CPR11 acaba também por abordar a utilização do desfibrilhador. Pode parecer estranha esta utilização, mas a verdade é que a Proteção Civil teve implementado um plano de colocação destes aparelhos em todos os espaços públicos para além de dar formação a alguns agentes públicos (forças de segurança e professores de Educação Física, entre outros). Ainda fui a uma dessas sessões. Entretanto, provavelmente por falta de verbas, o projeto parou e nunca mais ouvi falar dele.
O apelo que faço é que descarreguem a aplicação CPR11e que PARTILHEM a informação o mais possível. Assim que puderem, façam também uma formação nesta área. A CPR11 é importante, mas deve ser complementada por outro tipo de conhecimentos! De seguida deixo as ligações onde podem descarregar a app CPR11.

Carlos Oliveira

https://www.microsoft.com/pt-pt/p/cpr11/9nblggh0btdk?activetab=pivot:overviewtab


Os 11 passos da CPR11
1 -  Reconhecimento imediato da situação;
2 -  Examinar e colocar a vítima deitada de costas;
3 -  Pedir socorro;
4 -  Se a vítima de paragem cardiopulmonar não respirar, iniciar as compressões torácicas;
5 -  Técnica de compressão torácica;
6 -  Técnica de ventilação (30 compressões, seguidas de 2 insuflações);
7 -  Utilização de DEA (desfibrilhador automático);
8 -  Se não for necessário descarga;
9 -  Continuar com suporte básico de vida (reanimação cardiopulmonar) sem interrupção até à chegada dos serviços de emergência médica;
10 -  Imobilização e transporte;
11 -  A reanimação funcionou!


quinta-feira, 6 de novembro de 2014

A importância da prática da atividade desportiva desde criança (e não vou falar só da importância a curto prazo)


A prática da atividade desportiva desde criança revela-se cada vez mais um fator fundamental na prevenção de doenças na fase adulta do indivíduo. Dezenas, ou centenas de estudos, já provaram esta relação. No entanto, observo nos últimos anos um decréscimo das crianças que praticam atividade física de uma forma regular. Talvez a crise tenha contribuído um pouco para isso, com o fecho de alguns clubes, menos capacidade económica dos pais. Mas isso não pode ser desculpa, continua a haver muita oferta gratuita, a começar pela oferta familiar!
Mas, em que medida essa relação (atividade física na idade precoce/melhoria da qualidade de vida) é tão notória? Não vou sequer falar nos efeitos imediatos, como o desenvolvimento musculo-esquelético, dos sistemas respiratório e circulatório da criança. Não vou desenvolver a questão da melhoria dos resultados escolares (cada vez mais estudos o comprovam). Esses são os resultados mais óbvios, mais imediatos. Vou falar de MOTIVAÇÃO, GOSTO pela prática desportiva e dos seus efeitos futuros, na idade adulta.

Tal como em tantas coisas na vida, o gosto pela prática da atividade física adquire-se praticando. A maioria das crianças nasce com o gosto natural por correr, saltar, jogar. Muitas vezes são os pais, as famílias, que lhes retiram esse gosto. Como? Não as levando a fazer o que gostam naturalmente. E com o tempo elas vão perdendo esse gosto pela prática da atividade física. Ficam-se pelas atividades desportivas da escola, o que é manifestamente insuficiente.
Constato, tal como muitos colegas de várias escolas, uma maior desmotivação dos jovens para as atividades desportivas. As ofertas extracurriculares na área desportiva, tal como o desporto escolar, são cada vez menos solicitadas pelos alunos. E, os que procuram essas atividades, normalmente já praticam uma atividade desportiva fora da escola (vem de encontro ao que disse anteriormente, “quanto mais pratico mais gosto” e vice-versa). 


Em que medida isso vai ser importante na atividade adulta? Passo a explicar.

Se a criança é DESMOTIVADA para a prática da atividade desportiva, em adulto vai ser… claro desmotivado (salvo raras exceções). É em adulto que normalmente as doenças associadas à inatividade física aparecem. Depois, lá vão ao médico, é receitado um medicamento, uma dieta e o complemento com a atividade física. Mas, como a motivação é pouca, rapidamente surgem as desculpas que “não há tempo”, etc. E a atividade física volta a ser interrompida. É assim que funciona!

O que pretendo com este artigo?

Pais e outros familiares observem as vossas crianças. Saiam com elas para o parque, brinquem com elas. Levem a bola, a bicicleta, ou simplesmente caminhem e façam pequenas corridas. Uma criança, numa brincadeira de 20 minutos com pai, poderá ter mais gastos energéticos do que numa aula de Educação Física (não esquecer que as turmas têm entre 25 a 30 alunos e muitas vezes espaços reduzidos. O tempo de atividade motora não é grande)! Elas têm de sentir o prazer de ficar ofegantes, transpiradas. Na escola, procurem as atividades extracurriculares ligadas ao desporto e inscrevam os vossos filhos. As crianças estão cansadas intelectualmente. A carga teórica e o grau de exigência são cada vez maiores (para mim em demasia). Disciplinas como a Matemática e o Português provocam grande desgaste intelectual e emocional sobre alunos, pais e professores. Os programas estão cada vez mais difíceis.  Se nós somos adultos conseguimos lidar com a pressão, as crianças precisam de uma escapatória. Alguns pais podem pensar: “mas se o meu filho tem dificuldades em Matemática, vai perder tempo a ir jogar? Vai é para casa estudar”! Errado. Eles não estão já cansados de um dia de aulas? Uma hora para libertar fadiga intelectual,  não permitirá depois maior concentração? Imensos estudos científicos dizem que sim…
A criança que pratica atividade física, vai ser um adulto que pratica atividade física!

Carlos Oliveira


terça-feira, 14 de outubro de 2014

Métodos de Treino: Fartleck e Intervalado: vantagens e desvantagens



Todos nós desportistas, independente do nosso nível competitivo, tentamos organizar o nosso treino de acordo com vários fatores, sejam eles a disponibilidade, os objetivos a alcançar, ou os conhecimentos técnicos de que dispomos. A procura de melhores resultados sejam na perca de peso, sejam no aumento da performance, é uma realidade.
Deixo aqui dois métodos de treino que permitem melhorar a performance e variar o treino da tradicional corrida contínua, muitas vezes monótona e desmotivante.

Treino de Fartleck

O treino de Fartleck é original da Suécia e numa tradução grosseira significa “treinar brincando, ou correr a brincar”.
É um treino que tem como principal objetivo ajudar a desenvolver a velocidade da corrida, embora também proporcione o desenvolvimento da resistência, garantindo um alto gasto energético, pois permite que o indivíduo treine em várias zonas cardíacas.
Numa linguagem simples, o Fartleck permite-nos, durante um treino, fazer aumento de velocidade e intensidade durante curtos períodos de tempo e recuperar com uma velocidade inferior, sem nunca parar. Ajuda bastante o atleta a conhecer o seu próprio corpo. Imagine a estrada onde costuma treinar: Marca um intervalo de cerca de 1000metros que vai correr a 3 velocidades diferentes: baixa, intermédia e alta. Faz três repetições dos 3 trajetos, o que equivale a 9 trajetos (9000 metros). Será um treino de 40/60 minutos, os valores normais para este tipo de treino.
Como facilmente se percebe, este é um exemplo de treino. A complexidade do Fartleck vai depender agora do atleta e dos seus objetivos, onde vão variar fatores como as intensidades, os períodos de recuperação ativa, as distâncias percorridas, o volume, etc.

Principais benefícios:

·         Pode ser praticado por qualquer atleta, embora seja mais proveitoso para quem já tem alguma base de corrida.
·         Quebra de monotonia de um treino contínuo, ideal para quem gosta de treinar, mas normalmente treina sozinho, acabando por desmotivar.
·         Trabalhar a capacidade anaeróbia.
·         Para além de um normal aumento da velocidade de corrida, permite aumentar também a resistência e a força.

Treino Intervalado ou séries

Treino Intervalado ou séries é composto por períodos de estímulos fortes, ou muito fortes, seguidos de recuperações parciais, que podem ser passivas, ou ativas. O importante é que, durante esse repouso, não se verifique a recuperação completa dos parâmetros cardio-circulatórios e ventilatórios. É um tipo de treino que exige grande controlo da carga, ou seja, a duração, a distância, a intensidade e a recuperação.
As séries variam de distância e de intensidade, assim como o tempo de recuperação, mas de uma forma geral, as recuperações não devem passar de 90”. O tempo de  recuperação vai depender se estamos a fazer um intervalado mais ou menos intensivo. Quanto mais intensivo, mais terá de ser o tempo de recuperação:
Exemplo: Séries de 200 metros
Intervalado Extensivo: 12x200 mts ( com 45” de recuperação)
Intervalado Intensivo: 6x200mts (com 90” de recuperação)
Principais benefícios do treino Intervalado:
  • Desenvolve os vários tipos de resistência. No entanto, é principalmente utilizado para o desenvolvimento da capacidade láctea e potência anaeróbia.
  •  Permite uma adaptação a estímulos intensos;
  • Desenvolve a capacidade de sofrimento do atleta.

Resumindo:

Para atletas que praticam 2 ou 3 vezes por semana, que são o público-alvo desta publicação e deste blogue, aconselho claramente o método Fartleck. Permite uma melhoria da performance de uma forma divertida, interessante e motivante. Consegue-se alternar o estilo de corrida, com 3 níveis de intensidade diferente. O aumento de intensidade não leva o atleta a um estado de “sofrimento”. Este é o método que normalmente utilizo quando quero variar o meu treino.

O treino intervalado está mais aconselhado para quem compete num nível mais elevado e com outros objetivos. É um treino que proporciona excelentes resultados, mas tem de ser muito bem controlado. É mais exigente física, e mentalmente, que o Fartleck. No fim da 3 ou 4.ª repetição não há vontade para voltar a realizar e levar a máquina ao “redline”.  Se está a fazer o treino sozinho, sem treinador ou colega de treino para motivar, acaba por não fazer as séries planeadas com os respectivos tempos de recuperação, tal o nível de exigência.
Claro que cabe a cada um escolher a sua metodologia de treino…

Carlos Oliveira


quinta-feira, 2 de outubro de 2014

A importância da atividade física para a saúde. Nunca é demais relembrar...

A atividade física e a alimentação saudável são essenciais para a nossa saúde e bem-estar. É um chavão utilizado por todos. No entanto, estudos recentes demonstram que continua a aumentar o índice de pessoas com excesso de peso e obesidade. Mais preocupante é que estes resultados verificam-se cada vez mais nas populações infantis dos países desenvolvidos. Estilo de vida sedentário e alimentação incorreta são dois dos principais fatores. Em Portugal, os sucessivos poderes políticos, centrais, ou autárquicos têm tomado algumas medidas no sentido de proporcionar às populações melhores condições para a prática desportiva, isso é inegável. Ecopistas, espaços desportivos, atividades desportivas grátis, nas freguesias, associações, etc, etc.
                 Penso, no entanto,  que uma maior aposta na educação será mais vantajosa, para se adquirirem hábitos desde muito pequeno. Aliás, nas minhas aulas de Educação Física é sempre esse o principal objetivo: mais que aprenderem as regras e as técnicas, preocupo-me que os meus alunos gostem do desporto, pelo desporto. Sintam o prazer de transpirar, de correr, de rematar, de compartilhar, de rir…  Três tempos letivos semanais não são suficientes para desenvolver o pretendido, especialmente com turmas de 25 ou 30 alunos. Efetivamente, o tempo real de atividade motora acaba por ser bastante reduzido. Mais grave ainda, é que há uma tendência em diminuir os tempos letivos e minimizar a importância da Educação Física nas escolas… Medidas economicistas que serão pagas, 30 ou 40 anos depois, nos hospitais.
Mas, politiquices à parte, relembro aqui a importância da atividade Física, de acordo com o  Portal da Saúde, do Ministério da Saúde:
“Atividade física adequada e desporto para todos constituem um dos pilares para um estilo de vida saudável, a par de alimentação saudável, vida sem tabaco e o evitar de outras substâncias prejudiciais à saúde.
A atividade física é:
·         Para o indivíduo: um forte meio de prevenção de doenças;
·         Para um governo: um dos métodos de melhor promoção da saúde:

Vantagens da atividade física regular
   Reduz o risco de morte prematura;
·         Reduz o risco de morte por doenças cardíacas ou AVC, que são responsáveis por 30% de todas as causas de morte;
·         Reduz o risco de vir a desenvolver doenças cardíacas, cancro do cólon e diabetes tipo 2;
·         Ajuda a prevenir/reduzir a hipertensão, que afeta 20% da população adulta mundial;
·         Ajuda a controlar o peso e diminui o risco de se tornar obeso;
·         Ajuda a prevenir/reduzir a osteoporose, reduzindo o risco de fratura do colo do fémur nas mulheres;
·         Reduz o risco de desenvolver dores lombares e pode ajudar o tratamento de situações dolorosas, nomeadamente dores lombares e dores nos joelhos;
·         Ajuda o crescimento e manutenção de ossos, músculos e articulações saudáveis;
·         Promove o bem-estar psicológico, reduz o stress, ansiedade e depressão;
·         Ajuda a prevenir e controlar comportamentos de risco, especialmente em crianças e adolescentes.

Qual a quantidade de exercício físico que é necessário para melhorar e manter a saúde?

• O controle do peso requer pelo menos 60 minutos diários de atividade física vigorosa/moderada

Nas crianças e adolescentes, os estudos mostram que:

• Nos adolescentes, quanto mais participarem em atividades físicas, menor será a probabilidade de virem a fumar;
• Nas crianças que são mais ativas fisicamente verifica-se uma maior performance académica.
• Os jogos de equipa promovem de forma positiva a integração social e facilita o desenvolvimento das capacidades sociais dos adolescentes.”

Uma particular atenção às mulheres. Muitas vezes, são vítimas da sociedade em que vivemos. Vêm do seu trabalho e chegam a casa e ainda são as principais responsáveis pela lide doméstica, faltando-lhes depois tempo, vontade e companhia para a sua atividade física. Infelizmente, esta é uma triste realidade…

Carlos Oliveira



segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Evolução dos Atletas Federados em Portugal desde 1996. Apesar de uma melhoria, continuamos a ser um país de futeboleiros...

                O número de atletas federados é normalmente associado à cultura desportiva de um país. Não que signifique que todos os atletas federados participem em competições regulares, ou até que participem em competições, mas mostra a vontade de alguém se prender a uma modalidade e praticá-la com alguma regularidade. Não foi necessário recorrer a esta pesquisa para comprovar que Portugal está mais desportivo, basta ir aos parques, aos pavilhões, aos campos. Mas, esta pesquisa ajudou com números. Em 1996 Portugal tinha registado 265.588 atletas federados. Em 2012 eram já 524.167!
                Tendo em conta os resultados globais nacionais de algumas modalidades, nas grandes competições internacionais, resolvi fazer um levantamento da evolução das diversas modalidades em Portugal, e tentar associar a esses mesmos resultados. É difícil chegar a qualquer tipo de conclusão, uma vez que para isso também teria de comparar com a evolução das modalidades nos países com quem competimos e outras variáveis... no entanto, todos sabemos, que quanto maior for a matéria-prima, mais possibilidade existe de lapidar bons diamantes….

                De seguida deixo uma tabela com os resultados de algumas da principais modalidades. Os resultados foram retirados do site do Instituto Português do Desporto e Juventude, onde se podem consultar os registos de todas as modalidades: http://www.idesporto.pt/conteudo.aspx?id=103
                Dos resultados, verifica-se que o futebol continua a ser o desporto rei. Dos 524.167 desportistas federados registados em 2012, último ano de que há registos, 153.530 pertencem ao futebol, o que corresponde a 29%. Não há dúvida, que ainda somos um país de futeboleiros. Mas, em 1996 a percentagem era de 35%! Nos últimos anos o desporto português está mais eclético, existindo modalidades novas a surgir, e verificando-se um aumento exponencial aumento de outras….
Carlos Oliveira



1996
2000
2004
2008
2012
Andebol
17386
22032
30994
32257
40373
Atletismo
11107
12524
12289
13576
14484
Basquetebol
18050
20278
17269
36320
39996
Ciclismo
2051
4241
4462
6079
9052
Futebol
95746
113895
133511
141958
153530
Ginástica
4183
6339
14584
5613
13441
Judo
6896
10352
8539
12313
12265
Natação
4317
5630
6880
9259
11232
Patinagem
12537
10319
10356
10402
11000
Ténis
7957
10204
11536
18971
25768
Voleibol
6199
9813
27003
40898
43061
……
…..
…..
…..
…..
….
TOTAL FEDERADOS
265588
322761
401890
488999
524167

domingo, 7 de setembro de 2014

Novas regras para ciclistas e automobilistas no código da estrada. Bom senso precisa-se com urgência! São demasiados os acidentes!


Inicio este artigo com a seguinte informação: sou ciclista, mas também sou automobilista. Considero que na estrada deve imperar o bom senso. O convívio entre bicicletas e carros é possível. Ambas as partes não devem olhar só para os seus direitos, mas também para os seus deveres, e para o que é eticamente correto. Não vou defender os ciclistas, nem criticar apenas os automobilistas. As más condutas vêm de todos os lados. No entanto, quando alguma coisa corre mal, é o ciclista que paga na pele, muitas vezes com a própria vida.  Agora que estamos no Verão, período onde mais se utiliza a bicicleta, convém relembrar todas as regras e, acima de tudo, estar atento!


O desconhecimento dos automobilistas é assustador. Pensam que o ciclista tem de continuar a ceder passagem, tem de se encostar à berma o mais possível, buzinam e reclamam se vêm 2 ciclistas em par (mesmo em zonas com total segurança). Nesta última situação já fui ameaçado que de uma próxima vez era abalroado!
Em 1 de janeiro de 2014, entraram em vigor novas regras para ciclistas e automobilistas mas, a verdade é que a maioria dos automobilistas não as sabe, nem se preocupa em saber. Também, em virtude dessas mudanças, muitos ciclistas abusam dos seus direitos, em atitudes que me parecem claramente provocatórias. O maior exemplo acontece na circulação dos ciclistas em pares, quando se percebe que estão a impedir a normal fluidez do trânsito e não se colocam em fila. O bom senso deve imperar…
Segundo um estudo recente, Portugal é um dos países Europeus onde menos se usa a bicicleta, mas em 2.º lugar no rácio de mortos na estrada versus utilizadores de bicicleta, apenas ultrapassado pelo Chipre.  A taxa de mortalidade é de 0,3 mortos por ano em acidentes de trânsito por cada mil ciclistas. Só neste Verão passado foram várias as mortes, entre crianças e adultos.
Deixo aqui as principais novidades (que já não deveriam ser), para que partilhem, por todos. Incomoda-me bastante ver os comentários da maioria das pessoas nas redes sociais, que criticam ferozmente estas mudanças, muitas vezes sem fundamento, e com grande desconhecimento.

 Principais Novas Regras em vigor desde 1 de Janeiro de 2014

Ciclistas passam a ser considerados “utilizadores vulneráveis” da via pública, tal como os peões. («artigo 1.º)

As bicicletas só podem circular nos passeios para aceder aos prédios. A única exceção são as crianças até aos 10 anos (artigo 17.º)
Os outros condutores devem ceder passagem aos ciclistas que atravessem as faixas de rodagem nas passagens a eles destinadas,  embora os ciclistas se devam  certificar que não há risco de provocar acidentes com os outros veículos. (artigo 32.º)
 (no meu entender é um artigo polémico. Os ciclistas não deveriam ter prioridade quando cruzam uma estrada vindos, por exemplo, de uma ciclovia)
Nas ultrapassagens de velocípedes os condutores de outras viaturas deverão guardar uma distância lateral mínima de 1,5 metros e abrandar a velocidade. (artigo 38.º)

- As bicicletas podem circular paralelamente numa via, duas a duas, desde que haja boa visibilidade e o tráfego não seja intenso. Os condutores devem manter os velocípedes no lado direito da via mas a uma distância da berma que garanta segurança e evite acidentes. (artigo 90.º)

- Nas rotundas, os condutores de velocípedes podem circular na faixa da direita desde que facilitem a saída dos restantes veículos. («artigo 14.º-A)

- Os condutores de velocípedes devem fazer-se acompanhar de documento legal de identificação pessoal. (artigo 85.º)

- Sempre que seja obrigatório o uso de dispositivos de iluminação, os velocípedes terão que o fazer usando equipamento que seja fixado em regulamento. (artigo 93.º).

- Em caso de avaria nas luzes, os velocípedes devem ser conduzidos à mão. (artigo 94.º)

- Os velocípedes podem atrelar um reboque com um eixo destinado ao transporte de carga, para levar passageiros, desde que devidamente homologado, ou estar equipados com cadeiras preparadas e homologadas para transportar crianças. (artigo 113.º)



Carlos Oliveira

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

A importância da atividade física para o desenvolvimento harmonioso da criança asmática

                 Com um novo ano letivo a iniciar-se voltarei a deparar-me com um considerável número de alunos com problemas respiratórios, nomeadamente asma. São sempre 2 ou 3 por turma, por vezes mais, isto a acreditar-me naquilo que dizem, pois normalmente nunca chega qualquer relatório médico, quer ao professor de Educação Física, quer ao Diretor de Turma. É fundamental o professor de Educação Física tomar conhecimento, de imediato, de quais os alunos que possuem problemas de saúde nas suas turmas, para puder atuar em conformidade.

                Fatores como a poluição, o sedentarismo, a alimentação e o meio envolvente influenciam diretamente a evolução de doenças respiratórias. Aqui pela Madeira a percentagem da população com asma é significativa, embora inferior a outras partes do país.
                As crianças portadoras de asma geralmente têm fraca condição física, porque têm as naturais dificuldades respiratórias e são, desde sempre, super protegidas pelos pais e privadas da atividade física. Acredito que os médicos aconselhem o exercício físico, mas os pais ao verem os seus filhos ofegantes, com pieira e dificuldade respiratória nas pequenas brincadeiras do dia a dia protegem os seus filhos não os colocando a fazer exercício regularmente.
                A possibilidade de ocorrer um episódio de broncoespamo (dificuldade aguda em respirar) numa aula de Educação física é muito maior em crianças asmáticas sedentárias, ou com pouca preparação física, do que numa criança que faça exercício com regularidade. Daí ser importante o professor de EF saber quem tem o quê, para puder exigir de acordo com as possibilidades do aluno. Uma exigência elevada num aluno asmático, que não tenha hábitos desportivos, vai desencadear uma crise…
                Então o que devem fazer os pais?
·         Em 1.º lugar devem informar a escola da situação de saúde do seu filho, preferencialmente com um relatório médico que especifique a problemática e, se possível, uma pequena prescrição da frequência e intensidade da atividade física recomendada, para uma possível adaptação às aulas de EF.
·         Devem preocupar-se em colocar o seu filho num desporto que a criança goste. De uma forma geral, uma situação de asma bem controlada, não é impeditiva de fazer qualquer desporto, embora existam uns mais indicados, tal como a natação ( desde que as piscinas não sejam tratadas com cloro)
·         Verificar se as crianças trazem sempre consigo a medicação a ser utilizada em caso de crise (já me aconteceu várias vezes não estar com o aluno).
                Para que serve este artigo?
·         Primeiramente para voltar a desmistificar a questão da incompatibilidade da atividade física com a asma. Os estudos demonstram que a atividade física serve não só como um complemento no tratamento da doença, como permite um desenvolvimento harmonioso da criança. Mesmo na competição são cada vez mais os exemplos de atletas asmáticos de top mundial. Miguel Indurain, Rosa Mota são dois fantásticos casos, pois o ciclismo e o atletismo de fundo são das modalidades menos indicadas, mas há outros como David Beckham, ou Paul Scholes, no futebol.
·         Todos temos na família ou no grupo de amigos, uma criança conhecida com asma. Fazer passar a mensagem da importância da atividade física e de uma informação atempada à escola. O ano letivo está a começar e informar o professor daqui a 2 ou 3 meses não faz muito sentido…
·         Retirar as crianças de casa, de frente do computador e televisão, e levá-las para a rua, para correr, andar de bicicleta, jogar futebol. Enfim, cansá-las!...

Quem estiver interessado pode aprofundar o seu conhecimento sobre esta doença no seguinte site:

Carlos Oliveira

terça-feira, 22 de julho de 2014

Trail Running: benefícios e exercícios para prevenção de lesões.

O trail running é um dos desportos da moda. O número de praticantes teve um crescimento exponencial. Aqui, pela Madeira, as provas de trail são frequentes, e sempre com uma grande adesão de participantes. Não é difícil encontrar provas com 300 participantes, sendo que muitos são do sexo feminino, sendo o expoente máximo a prova internacional MIUT. O porquê desse crescimento irei falar num outro artigo, neste irei falar um pouco dos cuidados a ter neste desporto. Sendo desporto, trás benefícios, como todos sabemos, mas devido à irregularidade do piso e às orografias devem ter-se alguns cuidados, principalmente com os tornozelos, joelhos, cintura pélvica e costas. De acordo com Tiago Gonzalez Rodrigues ( Master Trainer) numa publicação com a colaboração do Holmes Place, são estes alguns dos principais benefícios do trail:













Benefícios Físicos
O trail realizado regularmente melhora a aptidão cardio-respiratória. As variações de temperatura, altitude, humidade e vento são alguns dos fatores externos que dificultam a prestação do praticante.
A climatização do corpo ao ambiente físico melhora a sua prestação e a sua capacidade respiratória ao nível alveolar e pulmonar, bem como os gradientes de pressão e temperatura corporal.
Benefícios Técnicos
Vários estudos mostram que correr em terreno irregular faz com que realize uma passada mais curta e rápida e que se apoie mais no terço anterior do pé do que no calcanhar. Estes ajustes são úteis quando se corre em qualquer superfície ou se caminha na cidade. Passos mais curtos, uma maior cadência e alterações no apoio do pé requerem menos energia e permitem uma aceleração mais rápida do que se utilizássemos o calcanhar em passos mais largos.
Benefícios Psicológicos
Tão importante quanto os benefícios físicos, correr num trail é relaxar mentalmente. Ao correr nas pistas certamente bate o asfalto da cidade e, quando corre na mata, existe menos stress acerca do seu tempo e ritmo.
No mesmo artigo, Gonzalez refere que o trail contribui para evitar lesões, principalmente em praticantes de outras modalidades. A verdade é que, ao correr em terreno irregular, estamos a prepara-nos para evitar possíveis lesões, pois estamos a fazer um trabalho de prevenção e preparação de músculos e ligamentos. No entanto, e no meu entender, os riscos de lesões são maiores que os benefícios.
Exercício que ajudam a prevenir lesões no trail running.
Para a subida/descidas de Escadas
No trail subir dois degraus de cada vez, é uma mais-valia na performance. Os exercícios de Step são ótimos para o fortalecer, forçando-nos a levantar os pés e a focar-se em subidas e descidas dinâmicas inerentes a Trail Running. Além disso, cuidado com os pés; fazer aterragens de coelho, com passos leves, de modo a que seja incapaz de os ouvir. Pense nas suas costas, abdominais e ancas.
 Saltar à corda

 Saltar à corda força-o a levantar os pés e, uma vez que domine a técnica, tente saltar com um pé e depois com o outro, saltando à volta de uma pista.
Exercícios de Burpees
Comece com uma posição de pé, faça um agachamento, coloque as mãos no chão e atire os pés para trás em posição de flexão. De seguida, salte de volta para a posição de agachamento e salte com as mãos sobre a cabeça. Faça séries de 20. Comece com 5 ou 10 para ter a certeza de que domina os movimentos.
Técnica de corrida

Os exercícios de técnica de corrida  são uma boa forma de fortalecer os músculos, ao fazermos técnica de corrida também estamos a contribuir para um bom fortalecimento muscular! Faça Skipping longos, skipping curtos, skipping altos, skipping baixos – alterne para o tornar divertido.

Andar nos dedos dos pés e calcanhares

 Faça séries de 30 segundos de cada um desses para fortalecer e esticar os ligamentos. Caminhe sobre os calcanhares, caminhe sobre os dedos dos pés e caminhe como um pato. São exercícios simples, mas eficientes para proteger os tornozelos de entorses e torcedelas.
Se praticarmos todos esses exercícios com a devida regularidade, é garantido que estará preparado para uma longa sessão de Trail Running com riscos mínimos.

Equipamento indispensável
Porque muitas vezes o trail é praticado na montanha, com rápidas mudanças climáticas, e com pouca população, há cuidados e materiais indispensáveis a qualquer praticante, mesmo em treinos, pois qualquer inesperado pode acontecer.
  • ·         Impermeável
  • ·         Apito
  • ·         Manta térmica
  • ·         Reserva de água e alimento (preferência levar uma mochila)
  • ·         Telemóvel
Boas corridas!!