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sexta-feira, 28 de novembro de 2014

A importância da corrida para os ciclistas: a opinião do Dr. Benjamim Carvalho, especialista em ciclismo e medicina desportiva

Como já tenho várias vezes referido a muitos colegas e amigos das bicicletas, é fundamental, para todos os ciclistas, fazer umas corridas pontuais. O ciclismo é um desporto sem impacto, fazendo com que ocorra uma diminuição da densidade mineral óssea. Claro que para mim, que também adoro correr, é mais fácil. Mas, para os “teimosos”, deixo um artigo de opinião do Dr. Benjamim Carvalho, um dos grandes especialistas de medicina desportiva portuguesa, muito ligado ao ciclismo, que trabalhou com grandes ciclistas, tal como Vítor Gamito, um dos maiores nomes do ciclismo português.
O que vão ler abaixo, não significa que os ciclistas estão a pedalar em direção à osteoporose, até porque quem lê este blogue não é ciclista profissional e não passa assim tantas horas por dia em cima da bicicleta. Mas, convém estar atento e corrigir maus hábitos!

“A maioria dos ciclistas, se não estiverem acostumados á corrida sentem dores nas pernas, nas articulações e nos tendões se o fizerem de um modo esporádico. Daí intuírem que a corrida prejudica o ciclismo.
A corrida, como atividade completa, implica a execução de gestos concêntricos (contração muscular na fase de encurtamento) e gestos excêntricos ( contração na fase de alongamento)que serão mais violentos se o terreno for em descida.
O ciclismo é subsidiado quase em exclusivo por exercícioo em concêntrico exceto no pedalar de pé.
A fase excêntrica do exercício é a mais responsável por ganhos em potencia daí em exercícios como leg press ou squats serem mais efetivos na fase de retorno.
Todo o ciclista que , pedale apenas, tem tendência a perder força.
Eu, conforme os princípios da fisiologia muscular, entendo que a corrida é importante não só do ponto de vista cardiovascular e no ganho de força mas também na correção de alguns déficies segmentares causados só pelo ciclismo.
A corrida é também importante para o reforço da mineralização ossea uma vez que só as forças aplicadas na vertical, em relação ao diâmetro do osso, são capazes de proporcionar uma mineralização eficaz. Os ciclistas e nadadores possuem, em relação aos praticantes de atletismo, um défice muito relevante de consistência ossea embora muito menos que astronautas em ausência de gravidade.
Deve por isso fazer-se +- 20 minutos 2-3 vezes por semana em terreno suave e de preferência plano aumentando progressivamente para 30-40 minutos.
Os atletas mais pesados devem ter mais cuidado inicial uma vez que o peso excessivoe prejudicial á corrida devido ao excesso de carga articular.
Boas corridas.”

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