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quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

MIUT – Madeira Island Ultra Trail – A Prova Rainha do Trail Running Português.

Vai decorrer a 11 de abril aquela que será, porventura, a mais importante prova de trail running português e, muito provavelmente, a mais internacional. Já na sua 7.ª edição, o MIUT vai contar este ano com centenas de participantes. A 2 meses da prova estão já inscritos mais de 1100 participantes de 30 países, divididos pelas 4 provas (115, 85, 40 e 17 kms). Há em Portugal outras grandes provas de trail running, tais como a da Serra D´Arga, Gerês, ou o Azores Trail Run ( prova que merece atenção e que vai ter grande crescimento, devido à invulgaridade do lugar onde se desenrola, Vulcão dos  Capelinhos ). Portugal está recheado de boas provas! Mas, o MIUT é diferente. 
Neste momento, é a Meca do ultra trail em Portugal. Só desta forma se compreende o elevado número de participantes. O MIUT integra o calendário 2015 do UTWT - ULTRA TRAIL WORLD TOUR, na prova dos 115kms, com o estatuto de entrada ‘Future Race’. As provas MIUT115 e Ultra 85 atribuirão 4 e 2 pontos, respetivamente, para a participação no Ultra-Trail du Mont-Blanc de 2016! Organizar uma prova desta dimensão e com este número de participantes, numa terra tão pequena, como a Madeira, é um daqueles feitos…No meu entender, é mais significativo ter 1100 participantes de 30 países numa ilha, do que dois ou três mil participantes no continente, onde as pessoas se deslocam de carro e onde, numa distância de 5/6 horas, vivem vários milhões de pessoas, portuguesas e espanholas. Para alguém vir à Madeira, ao MIUT, é porque as referências do percurso, organização, clima, têm de ser muito boas. E têm participado no MIUT alguns dos nomes mais conhecidos do trail mundial: Julien Chorier, Carlos Sá ou Armando Teixeira, vencedores das três últimas edições, são alguns dos exemplos.
Sou imparcial em tecer considerações sobre um evento. Não sou daqueles que dizem que a Madeira é magnífica para todos os desportos. É mentira. É até muito limitada para alguns, e irrita-me quando vejo algumas pessoas falarem assim. Mas para outros desportos, tem um potencial imenso. O trail running é um desses desportos: as paisagens, os trilhos técnicos, o clima… O mais interessante é que o Trail Running da Madeira aproveita a sua história e o trabalho dos seus antepassados, que são as veredas e as  levadas, que outrora serviram de vias de comunicação e hoje são utilizadas para o lazer. O MIUT utiliza esses trilhos, que penetram no coração da ilha.
Fica o convite a todos para virem conhecer a Madeira “a correr”, este ano, ou numa próxima edição. Aproveitem a paixão do desporto e façam umas férias ativas. 
Deixo-vos com o relato de um trailer, também blogueiro, que narra a sua passagem pelo MIUT de uma forma lindíssima. Para quem já conhece a ilha, percebe cada frase. Para quem não conhece, imagina o cenário.
http://corremais.paulopires.net/2014/04/miut-meca-do-trail-em-portugal-parte-2.html

Vejam também um dos muitos vídeos da prova. De certeza que vão marcar o MIUT na vossa agenda desportiva.

Carlos Oliveira

Site oficial: http://www.madeiraultratrail.com/

Página oficial facebookhttps://www.facebook.com/madeiraultratrail?fref=ts






segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

A competição desportiva intensiva em crianças: especialização precoce. Quais as consequências dessa prática?

A prática desportiva realizada desde cedo é um fator importantíssimo para o desenvolvimento harmonioso da criança. No entanto, quando a criança, devido às suas excecionais capacidades desportistas, é exposta à competição intensiva, pode provocar graves danos físicos, psicológicos e sociais.

Sei que este artigo vai ser controverso, pois vários colegas de profissão, alguns deles treinadores, têm uma visão diferente da minha. Esta é a minha opinião sobre esta temática da especialização precoce, fruto daquilo que observo com regularidade, do que dizem a maioria dos estudos, e porque já o senti no corpo, com cargas exageradas, que poderão estar na origem de alguns problemas articulares atuais.
Aspetos negativos da especialização precoce:
- Alta intensidade de treinos antes da puberdade pode provocar problemas ósseos, cardíacos e musculares; (treinos /competição  5/6 dias por semana;  competição em escalões superiores, etc.);
- A nível psicológico, as crianças são expostas a grandes cargas emocionais, com stress, ansiedade e pressão para vencer (isto acontece especialmente nas modalidades individuais, onde a responsabilidade pessoal é superior);
A nível social, a criança abdica muito da sua infância: festas de anos a que não pode ir, brincadeiras que não pode praticar e, muitas vezes, graves prejuízos escolares, já que lhe falta tempo, pois anda cansada e muitas vezes é obrigada a faltar às aulas quando há deslocações mais distantes. (A maioria das vezes são proibidas pelos treinadores de participar nos jogos das suas turmas, desporto escolar, e até nas aulas de Educação Física nas vésperas de competições importantes).
Não podemos esquecer o seguinte: a criança não pode ser um meio para atingir um fim. Nem para treinadores e clubes que querem resultados, nem para pais que aproveitam o bom desempenho desportivo dos seus filhos como afirmação social! (Acredito que o façam sem saber as possíveis consequências futuras). Quanto aos clubes, já não acredito nessa “ignorância”.
Não discordo da competição! Espero que os meus filhos tenham capacidades para competir num nível elevado. Mas, estarei atento àquelas que são as etapas normais do seu crescimento. Os resultados não poderão ser a sua prioridade. Se eles  estiverem demasiados motivados, serei o primeiro a colocar água na fervura. Até aos 14/15 anos o desporto será apenas uma brincadeira. A partir daí, se tiverem capacidades, a minha atitude poderá ser diferente…
Muitos de vocês devem estar a pensar: "mas as crianças adoram"; "são elas que pedem para ir". Pois, mas elas ainda não têm maturidade, nem conhecimentos, para fazer as escolhas corretas…
Aconselho também a que, numa fase inicial, pratiquem vários desportos, de preferência alternância entre desportos coletivos e individuais.

Para se poder melhor perceber aquilo de que estou a falar, vou apenas deixar um dos exemplos que vão acontecendo e com que contacto pessoalmente:
O ano passado fui professor de um génio desportivo numa determinada modalidade: 11 anos, n.º 1 do ranking europeu do seu escalão e, em Portugal, sem adversários à altura. Então competia num escalão superior e fez imensos torneios internacionais ao longo do ano letivo. Como se compreende, faltou imenso às aulas, normalmente às 2.ª e 6.ª feiras. Apesar de ser uma criança inteligente, os seus resultados escolares começaram a baixar. E, claro que, com este ritmo, continuarão a baixar cada vez mais. A questão é a seguinte. Apesar do seu potencial, pode chegar à idade adulta e não atingir os resultados para que está a ser trabalhado e com os quais já vive. Acreditem que nesta criança, a pressão já é imensa! Imaginam o que ela está a deixar para trás? Não seria mais sensato diminuir um pouco a pressão e a competição, durante mais 2 ou 3 anos? Ela teria tempo de se especializar e atingir o máximo do seu potencial…
Uma outra situação é chegar demasiado cedo ao top! Penso que a maioria de vós conhece o que aconteceu à nossa triatleta Vanessa Fernandes. Atingiu o top e rapidamente desapareceu, com graves problemas sociais. Investiguem um pouco porquê…!
Ficou este alerta para os vossos filhos, sobrinhos, netos… e atenção que a especialização precoce também acontece na dança, música, ...

Carlos Oliveira


sexta-feira, 28 de novembro de 2014

A importância da corrida para os ciclistas: a opinião do Dr. Benjamim Carvalho, especialista em ciclismo e medicina desportiva

Como já tenho várias vezes referido a muitos colegas e amigos das bicicletas, é fundamental, para todos os ciclistas, fazer umas corridas pontuais. O ciclismo é um desporto sem impacto, fazendo com que ocorra uma diminuição da densidade mineral óssea. Claro que para mim, que também adoro correr, é mais fácil. Mas, para os “teimosos”, deixo um artigo de opinião do Dr. Benjamim Carvalho, um dos grandes especialistas de medicina desportiva portuguesa, muito ligado ao ciclismo, que trabalhou com grandes ciclistas, tal como Vítor Gamito, um dos maiores nomes do ciclismo português.
O que vão ler abaixo, não significa que os ciclistas estão a pedalar em direção à osteoporose, até porque quem lê este blogue não é ciclista profissional e não passa assim tantas horas por dia em cima da bicicleta. Mas, convém estar atento e corrigir maus hábitos!

“A maioria dos ciclistas, se não estiverem acostumados á corrida sentem dores nas pernas, nas articulações e nos tendões se o fizerem de um modo esporádico. Daí intuírem que a corrida prejudica o ciclismo.
A corrida, como atividade completa, implica a execução de gestos concêntricos (contração muscular na fase de encurtamento) e gestos excêntricos ( contração na fase de alongamento)que serão mais violentos se o terreno for em descida.
O ciclismo é subsidiado quase em exclusivo por exercícioo em concêntrico exceto no pedalar de pé.
A fase excêntrica do exercício é a mais responsável por ganhos em potencia daí em exercícios como leg press ou squats serem mais efetivos na fase de retorno.
Todo o ciclista que , pedale apenas, tem tendência a perder força.
Eu, conforme os princípios da fisiologia muscular, entendo que a corrida é importante não só do ponto de vista cardiovascular e no ganho de força mas também na correção de alguns déficies segmentares causados só pelo ciclismo.
A corrida é também importante para o reforço da mineralização ossea uma vez que só as forças aplicadas na vertical, em relação ao diâmetro do osso, são capazes de proporcionar uma mineralização eficaz. Os ciclistas e nadadores possuem, em relação aos praticantes de atletismo, um défice muito relevante de consistência ossea embora muito menos que astronautas em ausência de gravidade.
Deve por isso fazer-se +- 20 minutos 2-3 vezes por semana em terreno suave e de preferência plano aumentando progressivamente para 30-40 minutos.
Os atletas mais pesados devem ter mais cuidado inicial uma vez que o peso excessivoe prejudicial á corrida devido ao excesso de carga articular.
Boas corridas.”

sábado, 15 de novembro de 2014

João Marinho: para quem não conhece, quem é este grande desportista português desaparecido nos Picos da Europa

Nos últimos dias, todos temos assistido com angústia à procura de João Marinho, que se encontra perdido nos Picos da Europa há mais de uma semana, depois de uma aventura a solo por estas montanhas. Hoje, as notícias são pouco animadoras, pois fortes tempestades de neve obrigaram os mais de 50 elementos de montanha, espanhóis e portugueses, a regressar à base.

Pessoalmente, não conheço o João Marinho, mas tenho amigos que o conhecem e sei que estão bastante angustiados. Como o João Marinho pertence a modalidades com pouca expressão mediática, o BTT e o Trail Running, deixo a todos o convite para darem  uma vista de olhos  em dois vídeos de duas grandes provas por ele organizadas, que ajudam a colocar Portugal como referência do Trail Running e BTT de longas distâncias. Um apaixonado que Vive o Desporto! Força!



quinta-feira, 6 de novembro de 2014

A importância da prática da atividade desportiva desde criança (e não vou falar só da importância a curto prazo)


A prática da atividade desportiva desde criança revela-se cada vez mais um fator fundamental na prevenção de doenças na fase adulta do indivíduo. Dezenas, ou centenas de estudos, já provaram esta relação. No entanto, observo nos últimos anos um decréscimo das crianças que praticam atividade física de uma forma regular. Talvez a crise tenha contribuído um pouco para isso, com o fecho de alguns clubes, menos capacidade económica dos pais. Mas isso não pode ser desculpa, continua a haver muita oferta gratuita, a começar pela oferta familiar!
Mas, em que medida essa relação (atividade física na idade precoce/melhoria da qualidade de vida) é tão notória? Não vou sequer falar nos efeitos imediatos, como o desenvolvimento musculo-esquelético, dos sistemas respiratório e circulatório da criança. Não vou desenvolver a questão da melhoria dos resultados escolares (cada vez mais estudos o comprovam). Esses são os resultados mais óbvios, mais imediatos. Vou falar de MOTIVAÇÃO, GOSTO pela prática desportiva e dos seus efeitos futuros, na idade adulta.

Tal como em tantas coisas na vida, o gosto pela prática da atividade física adquire-se praticando. A maioria das crianças nasce com o gosto natural por correr, saltar, jogar. Muitas vezes são os pais, as famílias, que lhes retiram esse gosto. Como? Não as levando a fazer o que gostam naturalmente. E com o tempo elas vão perdendo esse gosto pela prática da atividade física. Ficam-se pelas atividades desportivas da escola, o que é manifestamente insuficiente.
Constato, tal como muitos colegas de várias escolas, uma maior desmotivação dos jovens para as atividades desportivas. As ofertas extracurriculares na área desportiva, tal como o desporto escolar, são cada vez menos solicitadas pelos alunos. E, os que procuram essas atividades, normalmente já praticam uma atividade desportiva fora da escola (vem de encontro ao que disse anteriormente, “quanto mais pratico mais gosto” e vice-versa). 


Em que medida isso vai ser importante na atividade adulta? Passo a explicar.

Se a criança é DESMOTIVADA para a prática da atividade desportiva, em adulto vai ser… claro desmotivado (salvo raras exceções). É em adulto que normalmente as doenças associadas à inatividade física aparecem. Depois, lá vão ao médico, é receitado um medicamento, uma dieta e o complemento com a atividade física. Mas, como a motivação é pouca, rapidamente surgem as desculpas que “não há tempo”, etc. E a atividade física volta a ser interrompida. É assim que funciona!

O que pretendo com este artigo?

Pais e outros familiares observem as vossas crianças. Saiam com elas para o parque, brinquem com elas. Levem a bola, a bicicleta, ou simplesmente caminhem e façam pequenas corridas. Uma criança, numa brincadeira de 20 minutos com pai, poderá ter mais gastos energéticos do que numa aula de Educação Física (não esquecer que as turmas têm entre 25 a 30 alunos e muitas vezes espaços reduzidos. O tempo de atividade motora não é grande)! Elas têm de sentir o prazer de ficar ofegantes, transpiradas. Na escola, procurem as atividades extracurriculares ligadas ao desporto e inscrevam os vossos filhos. As crianças estão cansadas intelectualmente. A carga teórica e o grau de exigência são cada vez maiores (para mim em demasia). Disciplinas como a Matemática e o Português provocam grande desgaste intelectual e emocional sobre alunos, pais e professores. Os programas estão cada vez mais difíceis.  Se nós somos adultos conseguimos lidar com a pressão, as crianças precisam de uma escapatória. Alguns pais podem pensar: “mas se o meu filho tem dificuldades em Matemática, vai perder tempo a ir jogar? Vai é para casa estudar”! Errado. Eles não estão já cansados de um dia de aulas? Uma hora para libertar fadiga intelectual,  não permitirá depois maior concentração? Imensos estudos científicos dizem que sim…
A criança que pratica atividade física, vai ser um adulto que pratica atividade física!

Carlos Oliveira