PUBLICIDADE

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Avaliação da passada do atleta - FOOT ID da ASICS

Numa mera casualidade, descobri que a ASICS vai desenvolver uma avaliação da nossa passada, denominada FOOT ID, durante o mês de Outubro em várias cidades de Portugal. Infelizmente, pelo que vi, as ilhas ficam de fora, daí não ter a possibilidade de realizar esta avaliação. O FOOD IT consiste em obter uma análise completa e precisa do pé, em situação estática e dinâmica com uma duração de 40 minutos.

Com esta avaliação, é possível determinar qual o tipo de passada, assunto que já falei num artigo, http://www.viveodesporto.com/2014/11/o-que-devo-saber-antes-de-escolher-as_96.html, e desta forma impedir/eliminar algumas lesões devido ao uso de calçado inadequado.
Segundo o site da ASICS, trata-se de um sistema “tridimensional que consegue integrar claramente dados podológicos que outros sistemas não conseguem e contem mais de 5000 medidos em toda a Europa. Um especialista da ASICS irá medir o seu pé através da ajuda de um scanner composto por 4 lazeres e 8 câmaras. Tudo é analisado, desde o comprimento e à altura do pé, passando pela largura do calcanhar. Todos os dados recolhidos permitem analisar os pés e estabelecer um perfil preciso. O sistema revela qualquer desvio em relação ao pé “comum”. Analisa as pegadas e calcula o ângulo do tendão de Aquiles através de uma imagem bidimensional da parte de trás do pé”.
O valor desta avaliação tem um custo de 20€ mas, pelo que me deu a perceber, recebemos um vale com o mesmo valor, que podemos utilizar na compra de umas novas sapatilhas ASICS.
Mais informação, assim como as cidades e as datas do FOOT ID  , está disponível no site da ASICS http://www.asics.pt/running/foot_id/.
Carlos Oliveira


quarta-feira, 2 de setembro de 2015

A grandiosidade de uma super aventura não concretizada: a Aventura Insana no Mont Blanc não foi concluída? Para mim foi superiormente alcançada! Parabéns Insanos….

Para os que lêem, com regularidade, o vive o desporto já conhecem a Insana Aventura: um super desafio nos Alpes, em redor do Mont Blanc, onde 110 equipas de 3 elementos tinham de percorrer 308kms, com uns impressionantes 30.000mts de desnível positivo, por  entre trilhos quase inacessíveis, muitas ascensões aos picos de quase 3.000mts, com as também difíceis descidas associadas, num tempo máximo de 142horas.

Esse desafio teve o seu início no dia 24 de Agosto, altura em que Chamonix é a capital mundial do trail running, com milhares de participantes nas diversas distâncias do UTMB. Mas, só um grupo restrito de cerca de 300 elementos participam na La Petite Trotte à Leon, a super aventura de 308kms.
Apesar de não conhecer pessoalmente estes 3 aventureiros ( Aires Barata, Diogo Tavares e Hugo Rocha), rapidamente me apaixonei pela sua aventura, pois trata-se de algo que não está ao alcance da maioria. Por isso, fui acompanhando todos os preparativos e incidências até ao grande dia. No dia 24 de Agosto o meu facebook parecia uma autoestrada para Chamonix  pois, para além dos Insanos, tinha um grupo de Madeirenses no UTMB , alguns meus conhecidos, que seguia com atenção, e a quem aproveito para dar novamente os meus parabéns pelas suas excelentes prestações.


Os posts iam saindo, com as incidências da aventura,  até que a pior notícia foi difundida por um atento seguidor: ATENÇÃO QUE ELES ULTRAPASSARAM A BARREIRA DE TEMPO NUM POSTO DE CONTROLO”. Inicialmente pensei ser algum engano, mas depois veio a confirmação. Rapidamente o Diogo Tavares passou a informação que estavam todos bem e que iriam explicar o que tinha acontecido.
É essa explicação que fica de seguida, que aconselho a que leiam num só fôlego e que consigam entrar naquele maravilhoso, mas exigente mundo da Insana Aventura. Obrigado aos três por nos proporcionarem tão grande testemunho!

24 Agosto, 5 da tarde - Chamonix

Ao rubro aquela saída de 300 atletas, 110 equipas de aventureiros arrancam para a mais épica das provas de montanha da Europa. Le Petit Trote à Leon.
O primeiro quilometro é arrepiante. Em chuva, a rua estava cheia de gente a aplaudir, os badalos, o Promontory em pano de fundo. Incrível.
Esta prova não foi de trail running, foi uma aventura de alta-montanha, de resistência física, mental e espírito de equipa.
Consistentes desde o início, sem pressas. Segundo o nosso plano se mantivéssemos o ritmo entre os 2 e os 3km/h teríamos margem para dormir pelo menos 3 horas por noite. Esse era o plano, depois veio a realidade.
O perfil do PTL este ano teve um plus considerável no nível de dificuldade dos tracks e no número de colos. Um conceito híbrido entre o montanhismo e o alpinismo.
As secções de altitude são sempre extremamente técnicas o que por vezes levava-nos a ritmos a baixo dos 1km/h - Bem-vindos aos Alpes, meus caros!
Ascensões de 1500m e descendentes de 2000m sempre em curso até aos 3000m de altitude juntam-se à festa.
Refuge de Presset, 68km com foi a primeira vez que fechamos os olhos durante pouco mais de 1h e seguimos viagem com energia reforçada pela massa carbonara. Salve a boa onda da Carole Pirole.
Os Alpes tem uma escala que não é a nossa. É esmagador. Maravilhoso mundo selvagem, inóspito, sem qualquer vestígio do homem. De muitas coisas que o PTL nos deu foi estar ali. Só o Aires, o Rocha e o Diogo, sozinhos, com os Alpes foi o maior dos privilégios.
A viagem prosseguiu até ao primeiro ponto de vida, Hospice Saint-Bernard aos 102km: uma perna de coelho, 2 horas de sono e roupa nova. Haja alegria!!
A consistência na passada manteve-se firme. As subidas e descidas técnicas começaram a aumentar proporcionalmente à cumplicidade que se criava com as equipas com que nos cruzámos. O experiente Dima dos EUA, o Erik da Bélgica, o bravo Sidney do Brasil, a canadiana Harriet os espanhóis boa onda, a turma da Indonésia que afinal até temos amigos em comum, enfim, estávamos horas nisto.
1:30am, dia 27 Agosto e, depois de uma longa jornada de lua semi cheia, chegamos ao Refuge Deffeyes. Levávamos 133km nas pernas, muito cansaço acumulado e uma grande preocupação: a barreira horária de 7 horas para fazer 17km, atravessar o Col Colmet (o mais técnico até agora), quase a picar os 3000m e descer a pique 1500m pela tenebrosa cascalheira glaciar até Morgex, Itália.
Engolimos a melhor sopa das nossas vidas e avançamos a terceira noite na companhia de 2 equipas francesas. O ritmo era alto e quanto mais subíamos mais difícil era a progressão. Muita pedra solta, as marcações mal se viam, seguia-mos o GPS às cegas e é aqui que sentimos os primeiros sinais. O passo deixa de ser seguro, os tropeções aumentam e eu, no topo da lista. O cansaço acumulado com a falta de sono apodera-se das pernas e deixam de responder às ordens do cérebro. É aqui que entra a equipa. Nestas circunstâncias um pé em falso pode significar a morte. Aqui não há metáforas. A entrada para este Col segue através de um desfiladeiro de pedra grande e solta. Se alguém cai aqui, desaparece no escuro. É demasiado arriscado continuar e a decisão foi unânime: precisamos de 2 horas de repouso. A quase 2900m de altitude os padrões de conforto não podem ser muito altos, logo as medidas foram tomadas rapidamente. Shelter para fora, vestir toda a roupa quente que está na mochila e por em prática a melhor técnica de conchinha tão gozada nos dias anteriores. Dentro do shelter só me lembro do Aires e o Rocha comentarem qualquer coisa acerca do céu. Espreitei por um segundo e em menos de nada adormeci profundamente. O céu estava incrível.
3 varas verdes a tremer de frio. Tinham passado 2 horas e já tínhamos luz do dia. Shelter encharcado por dentro e por fora e haviam mais calhaus por baixo do nosso corpo do que pregos na cama de um faquir. Mas a noite tinha passado e o corpo já respondia. Eu precisei de alguns segundos para o sangue chegar ao cérebro. Recompostos, alcançamos o Col em menos de 10m.
O que se seguiu foram 14km a descer 2000m, agora com o passo seguro, confiantes e agora, sem pressas. A decisão da noite passada iria ditar o fim da nossa prestação. Já o sabíamos desde o momento que tirávamos o shelter da mochila. Pelas nossas contas (e mais tarde confirmou-se), iria-mos chegar 3 horas depois da barreira de tempo ao controlo em Morgex.
Durante as 5 horas seguintes até Morgex dei por fazermos uma fila com cerca de 15/20m de distância entre uns dos outros. Creio que estava cada um à sua maneira a lidar com a retirada inevitável do PTL. Do monstro maravilhoso que é o PTL.
Mas de uma coisa estou certo. Seja qual for a purga de cada um de nós optou, a decisão que se tomou foi em equipa e a mais correcta.
O Mont Blanc irá continuar por aqui e um dia destes havemos de regressar para dobrar a outra metade.
Por fim gostávamos do fundo do coração de agradecer a todos os amigos que nos acompanharam nesta aventura, os triliões de likes, as palavras de incentivo e, esperemos nós, de muito entusiasmo feminino. Não será todos os dias que nos verão de licras justas wink emoticon
Graças a vocês a Insana Aventura deixou de ser três tipos a querer fazer uma prova difícil com muitos quilômetros. A Insana Aventura passou a ser um conceito mais amplo, uma forma de viver a vida no meio da natureza na procura constante de novos desafios pondo à prova os nossos limites.
Até breve!!!”




quinta-feira, 30 de julho de 2015

Lista das subidas de ciclismo mais duras do Mundo!

Redescobri recentemente um site que cataloga as subidas/climbs por todo o mundo. Redescobri, porque já há uns anos por lá tinha pesquisado umas subidas, mas entretanto nunca mais lá tinha ido e agora está muito mais completo. http://www.climbbybike.com/
Como se percebe, as subidas mais difíceis do mundo são desconhecidas da maioria de nós, pois não fazem parte dos circuitos mundiais de ciclismo. Mas é interessante olhar para aqueles gráficos e aquelas distâncias.

Deixo uma lista das subidas mais difíceis de Portugal e Brasil, assim como algumas das mais conhecidas das grandes voltas.

Subidas mais  duras/difíceis de Portugal

Como vivo na Madeira, acabo por ser um sortudo. Por aqui encontram-se as subidas mais difíceis de Portugal e até da Europa, sendo que já fiz algumas delas.
Subir de bicicleta até ao Pico do Arieiro, pelo Caminho do Comboio, permite-nos fazer a 55.ª subida mais dura do mundo. São 17,5 Kms a 10,5%, sendo que entre os quilómetros 1 e 4 a média é de quase 18%! Apesar de difícil, não é comparável à subida mais dura do mundo, situada no Hawai. A Mauna Kea são 68,6kms a 6,1%. Partimos do mar e vamos até aos 4100metros!
De entre as subidas mais duras de Portugal, que fazem parte das normais competições ciclísticas, as mais duras encontram-se na Serra da Estrela, como seria de esperar. A normal Seia-Torre encontra-se no lugar 532. São 30kms a 5,2%. Fora da Serra da Estrela, a subida de S.Macário, perto de Viseu, é das subidas mais difíceis. São 9 Kms a 9,1%. Ainda neste mês foi palco do final de uma etapa da Volta ao Futuro.
Pico do Arieiro; Seia-Torre; S. Macário foram subidas que já fiz. Na próxima 5.º feira vou fazer Covilhã-Torre, uma das poucas subidas da Estrela que ainda não fiz, aproveitando para ver a etapa da Volta a Portugal que fará a mesma subida nesse dia.
A lista das subidas mais difíceis de Portugal  encontra-se em:

Subidas mais duras/difíceis do World Tour:

De entre as subidas onde normalmente acompanhamos os ciclistas nas grandes voltas, é em Itália que se encontram as maiores dificuldades. Passo dello Stlevio e Mortirollo são impiedosas. Para além das normais dificuldades, são normalmente acompanhadas por chuva/vento/neve!
Fiz uma pequena lista com o nome e o ranking das mais duras:






- Passo dello Stelvio (Itália): 122
- Mortirollo (Italia): 173
- Zoncolan (Itália):158
Mont Ventoux (frança): 203
Galibier ( França): 221
Angliru (Espanha): 258
Alpe D´Huez (França): 725

Subidas mais duras/difíceis do Brasil


No Brasil a subida mais dura encontra-se no Itatiaia Nacional Parque. São 40kms a 5,2%. Ocupa o lugar 185 do mundo!
Em S. Paulo encontra-se a subida da Serra do Paiol, com 6,64Kms a 11,8%.




A lista das subidas está feita. Agora é arranjar pernas, uns tostões e ir até elas para as subir! J
Carlos Oliveira



quinta-feira, 16 de julho de 2015

Skyroad GrandFondo da Serra da Estrela – A dureza de uma aventura em alta montanha

Aventurei-me este ano no Skyroad, conceito de provas onde nunca tinha participado, não por falta de vontade, mas porque estando a trabalhar na Madeira não é possível ir a todos os eventos que queremos. E comecei logo pela prova mais dura de todo o Skyroad, o Grandfondo da Serra da Estrela. Pedalar no topo de Portugal é sempre um desafio. Não era a maior distância, nem tão pouco o maior acumulado que já tinha feito, mas 132 km cronometrados com 4200 D+ são sempre de impor respeito, ainda para mais numa fase de maior incidência e treino no  atletismo e no trail.
Às 8:30 h da manhã, a vila de Manteigas estava a fervilhar. Cerca de 1200 ciclistas prontos para subir a Estrela, com equipamentos e bicicletas x.p.t.o., de tal forma que nem parecia que estávamos em Portugal, um país numa crise profunda. Ainda bem que a Troika já foi embora, pois de outra forma haveria maneira de taxar um pouco mais o país!

Como sabia que não estava num grande momento de forma ciclística, defini dois objetivos: o primeiro seria concluir; o segundo seria tentar o diploma finisher de ouro, sendo que para isso teria de fazer a prova abaixo das 6h10m. Não era uma tarefa impossível,  mas iria depender do desenrolar da prova, principalmente a sua parte final.
Saímos em direção às Penhas Douradas, subida fácil com baixos pendentes, apesar dos seus 19 km. Descemos em direção a Seia onde se encontrava o 1.º abastecimento. Seguimos depois em direção a Vide, onde nos esperava uma descida extremamente rápida e técnica e onde infelizmente acabaram por acontecer acidentes, isto apesar de uma fantástica sinalização da organização, quer com avisos, quer com elementos com apitos e bandeiras nas curvas mais perigosas. À medida que o dia ia avançando, o calor começou a fazer-se sentir, tal como alguma fadiga. Ao Km 100, com cerca de 2000D+, levava média de 25Km/h, dentro das minhas previsões. No entanto, sabia que os 32 km seguintes eram demolidores. Teriam uma ascensão de mais de 2000D+, com níveis de oxigénio mais baixos, pois subiria aos 1991 metros, já com fadiga acumulada e passando pelo terrível Adamastor, uma das subidas mais duras de Portugal.

Ao Km 113, chegava a maior dificuldade do dia: o Adamastor! Nunca tinha feito esta subida, mas alguns amigos já me tinham falado maravilhas. Bastaram algumas centenas de metros para ver como ela é fantástica! Pendentes até aos 16% em algumas curvas, e umas intermináveis retas com pendentes de 13/14% completamente expostas ao sol e ao vento. Uma delícia para quem, como eu, gosta de subir. Mas as pernas já não queriam nada com o Adamastor. Cada pedalada era um sacrifício! Felizmente que havia um abastecimento a meio. Que maravilha aquela melancia fresquinha! Devo ter comido uma inteira! Tive mesmo de por lá parar e tentar repor energias. Mesmo após o abastecimento, o suplício continuou. Quando cheguei ao cruzamento da estrada que liga Seia à Torre, disse adeus ao Adamastor com a certeza de que nos havemos de encontrar, mas dessa vez noutras condições para desfrutar a sério esta magnífica subida.

Do final do Adamastor à Torre foi gerir, tendo demorado mais do dobro do tempo do meu melhor registo desse segmento, que já fiz várias vezes subindo por Seia. Mas lá cheguei, feliz, com aquela sensação de prazer e fadiga, que só quem gosta destas maiores distâncias conhece. O grande objetivo estava alcançado! O 2.º objetivo ficou a 30 minutos. Foram 6h:40m de tempo de prova, Os últimos 30kms acabaram por deixar a sua marca!

A ORGANIZAÇÃO

Já me tinham falado da organização do Skyroad, mas sentir na pele é uma satisfação. Profissionais de qualidade! Desde o primeiro ao último minutos não detetei uma falha. Carros e motos de apoio para cima e para baixo, principalmente nos últimos kms; abastecimentos em número mais que suficiente e bem recheados; sinalização ao longo da estrada feita por dezenas de pessoas, nos cruzamentos e nas curvas mais perigosas; e simpatia, sempre muita simpatia com todos os que contactei. Para além disso, os pormenores: no final da subida do Adamastor dois figurantes devidamente trajados representando o Adamastor e talvez uma Ninfa do Tejo? Penso que terá sido a organização a ter esta brilhante ideia. Estávamos a dobrar o Adamastor! As tormentas tinham acabado!

AS MEIAS DE COMPRESSÃO

Durante a prova utilizei as minhas meias de compressão. Apesar de alguns amigos me incentivarem a não utilizar, porque no ciclismo ninguém utiliza, decidi utilizar porque me sinto bem com elas e porque nenhum estudo as contra-indica. A verdade é que, durante a prova, foram poucos os que vi utilizar meias. No entanto, no final da prova, vi muitos participantes com meias de compressão, para assim acelerar a recuperação muscular. Claramente uma boa escolha. Agora a pergunta que faço é a seguinte: numa prova longa, como o Skyroad, não necessitamos de recuperação ainda durante a prova? Por isso, neste tipo de distâncias continuarei a utilizar meias de compressão, tal como utilizo no trail e no atletismo de fundo. Obrigado à Runsox, loja especializada em meias de compressão, www.runsox.eu, pelos excelentes conselhos e pelo apoio que me têm dado!


Carlos Oliveira