Como já tenho
várias vezes referido a muitos colegas e amigos das bicicletas, é fundamental,
para todos os ciclistas, fazer umas corridas pontuais. O ciclismo é um desporto
sem impacto, fazendo com que ocorra uma diminuição da densidade mineral óssea.
Claro que para mim, que também adoro correr, é mais fácil. Mas, para os “teimosos”,
deixo um artigo de opinião do Dr. Benjamim Carvalho, um dos grandes
especialistas de medicina desportiva portuguesa, muito ligado ao ciclismo, que
trabalhou com grandes ciclistas, tal como Vítor Gamito, um dos maiores nomes do ciclismo português.
O que vão ler
abaixo, não significa que os ciclistas estão a pedalar em direção à osteoporose,
até porque quem lê este blogue não é ciclista profissional e não passa assim
tantas horas por dia em cima da bicicleta. Mas, convém estar atento e corrigir
maus hábitos!
“A maioria dos ciclistas, se não estiverem
acostumados á corrida sentem dores nas pernas, nas articulações e nos tendões
se o fizerem de um modo esporádico. Daí intuírem que a corrida prejudica o
ciclismo.
A corrida, como atividade completa, implica
a execução de gestos concêntricos (contração muscular na fase de encurtamento)
e gestos excêntricos ( contração na fase de alongamento)que serão mais
violentos se o terreno for em descida.
O ciclismo é subsidiado quase em exclusivo
por exercícioo em concêntrico exceto no pedalar de pé.
A fase excêntrica do exercício é a mais
responsável por ganhos em potencia daí em exercícios como leg press ou squats
serem mais efetivos na fase de retorno.
Todo o ciclista que , pedale apenas, tem
tendência a perder força.
Eu, conforme os princípios da fisiologia
muscular, entendo que a corrida é importante não só do ponto de vista
cardiovascular e no ganho de força mas também na correção de alguns déficies
segmentares causados só pelo ciclismo.
A corrida é também importante para o reforço
da mineralização ossea uma vez que só as forças aplicadas na vertical, em
relação ao diâmetro do osso, são capazes de proporcionar uma mineralização
eficaz. Os ciclistas e nadadores possuem, em relação aos praticantes de
atletismo, um défice muito relevante de consistência ossea embora muito menos
que astronautas em ausência de gravidade.
Deve por isso fazer-se +- 20 minutos 2-3
vezes por semana em terreno suave e de preferência plano aumentando
progressivamente para 30-40 minutos.
Os atletas mais pesados devem ter mais
cuidado inicial uma vez que o peso excessivoe prejudicial á corrida devido ao
excesso de carga articular.
Boas corridas.”
Benjamim Carvalho, in https://www.facebook.com/benjamimcarvalho.carvalho/posts/515322661842140,
30 de Março de 2013.