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terça-feira, 6 de dezembro de 2016

Dos 100 aos 1100 metros de altitude em menos de 4kms! KM Vertical do Fanal:

Quando em 2010 ouvi falar da 1.ª edição desta prova do Km vertical do Fanal, só pensava para mim mesmo: mas que grande loucura! Este ano, decidi partir para essa aventura. Apesar de não ser um peso pluma, bem pelo contrário, sempre gostei de subir, quer na bicicleta, quer na corrida, dando-me muito bem em subidas curtas, onde a força consegue disfarçar o peso excessivo para trepador.
Fazendo uma pequena explicação do que é o Km Vertical, trata-se de uma prova de corrida vertical, onde tem de existir um desnível de 1000 metros positivos, numa extensão inferior a 5km. Em Portugal não são muitos os locais onde se possa realizar este tipo de provas, uma vez que são poucas as montanhas que permitem uma ascensão de 1.000 metros, com capacidade de montar uma logística no seu final. Não podemos esquecer que a base da maioria das nossas montanhas se situa já nos 200 ou 300 metros. Mas, pelo menos na Serra de Arga e na Ilha do Pico realizam-se corridas verticais. Mas acredito que em serras como Montemuro, Gerês, Estrela, se realizem, ou realizarão futuramente este tipo de corridas.
Este KM Vertical do Fanal, o mais antigo do país, é uma prova do Campeonato Nacional de Corrida Vertical, com uma extensão de 3980 metros, fazendo com que tenha uma inclinação média de 25%. Mas há zonas onde a inclinação será superior a 40%, quase garantidamente.
Como todos sabem, a Madeira é um local paradisíaco, com paisagens de cortar a respiração. Ora, para mim, o Fanal é das zonas mais bonitas. Em plena Laurissilva, é onde se encontra uma das maiores reservas da majestosa árvore Til, que nos dá uma paz de espírito fora do comum. Toda a subida é feita no coração desta floresta, património da UNESCO, atravessando ribeiros, cruzando árvores, subindo escadas das antigas veredas cheias de verdete, num ambiente húmido, de natureza quase virgem, onde só circulam pontualmente uns malucos a correr ou alguns turistas mais aventureiros.
Como se tratava da atribuição do Campeão Nacional da Especialidade, o nível competitivo foi elevado, contando com a presença de alguns atletas do top nacional, como Tiago Aires, ou Ester Alves.
 Assim, a classificação final foi a seguinte

Masculinos
Femininos
1.º Vítor jesus – 39´40´´
2.º Ricardo Gouveia – 40´23´´
3.º Tiago Aires – 41´50´´
1.ª Cristina Nascimento – 49´09´´
2.ª Ester Alves – 53´18´´
3.ª Carla Brandt – 56´15´´

Tenho de deixar uma palavra de apreço à organização, da responsabilidade  do Clube de Montanha do Funchal. Para além de uma boa sinalização e de uma logística bem montada, como nos tem habituado, não fosse também a entidade responsável por outros grandes eventos, como o MIUT, o que mais me impressionou nesta prova, foi o valor da inscrição, e aquilo que ofereceu. Por 6 €, os atletas tiveram direito à inscrição, com respetivo seguro de prova, transporte da base para o local de partida, do local de chegada para a base, alguma nutrição com sólidos e líquidos no final da prova e um almoço, no final da prova!
Ultimamente tenho sido um crítico em relação a muitas organizações, que querem pagar as provas só com o contributo dos participantes. Os atletas dão o contributo com a sua presença, ajudam nas despesas da prova, mas nunca poderão pagar por inteiro o evento. Antes de se organizar, tem de se perceber se haverá sponsors capazes de suportar parte dos custos, sejam eles públicos ou privados. Claro que assim dá muito mais trabalho, mas só assim deverá ser. É impensável andar a fazer mensalmente provas comuns (não falo de grandes eventos) e pagar 15 ou 20€!
Para terminar, falar um pouco da minha experiência e sensações da prova. As sensações foram ótimas, prazer do início ao fim, ao contrário do que acontece muitas vezes nas provas de estrada, onde apetece encostar para o lado e parar. O esforço em subida é-me muito inferior ao de provas de estrada, apesar de frequências cardíacas muito semelhantes. Coisa estranha, será mesmo o grande prazer que “esconde” o esforço.
A classificação foi um 14.º geral da Geral, com o tempo de 49`08”. Bom, muito bom, pois foi a 1.ª experiência nestas andanças. Para o ano a repetição é garantida, com outro treino, para ver o que se consegue melhorar.
Despeço-me com um convite para que experimentem umas destas provas verticais. Como referi, não são ainda muitas, principalmente em Portugal Continental devido às dificuldades técnicas e conceito relativamente recente. Mas, com certeza que o número de eventos vai começar a aumentar. Aqui, pela ilha da Madeira, dia 18 realiza-se o TABUA VERTICAL KILOMETER, organização a cabo do Clube de Aventura da Madeira, em colaboração com a Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal ( http://kmvertical.camadeira.com/?p=937).
Infelizmente não estarei na Região, de outra forma lá marcaria a minha presença.

Carlos Oliveira


1..º Classificado Masculino - Vitor Jesus
















1.º Classificado Feminino - Cristina Nascimento
































quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Competir nos 10.000 metros treinando para a Maratona: a importância do treino de longa distância nas provas mais curtas!

Um bom plano de treino contempla sempre trabalho regular no ritmo de corrida da nossa prova específica. Por exemplo, um maratonista faz a sua preparação com treinos frequentes onde treina longos quilómetros ao ritmo pretendido do seu objetivo final da prova.
No caso da maratona, compreendemos logo este tipo treino como de uma importância enorme pois, para além da parte física, prepara também o atleta na parte mental numa prova extremamente difícil, quer corporal, quer psicologicamente.  
Como pareceria normal, quando o atleta não pratica maratonas, não vai fazer esse tipo de treinos, pois não cria benefícios! São treinos que não se adaptam ao ritmo de corrida pretendido… o treino deve incidir em treinos mais curtos, com intensidades mais altas. Treinos de maratonista em atletas de distâncias até 10.000 metros são um dispêndio energético, sem resultados objetivos. Será mesmo assim? Especialistas americanos dizem que não e, com muito sentido….
Os especialistas defendem que o treino de maratonista é extremamente importante para os praticantes distâncias mais curtas, como os 5 ou 10.000 metros!
"O treino em ritmo de maratona é simplesmente um dos melhores treinos que há para melhorar a capacidade de resistência de suas células musculares", diz Pete Magill, treinador e autor de Build Your Running Body, em South Pasadena, Califórnia. "Mais do que corridas de distância ou repetições mais rápidas, o treino  de maratona aumenta a produção de energia aeróbica em células de contração lenta, constrói mais capilares para transportar mais oxigênio para essas células, melhora a capacidade das células de exportar lactato”…
"Estas corridas ensinam uma pessoa a ler o seu corpo e aprender a encontrar um ritmo que é difícil, mas que eles podem sustentar", diz Chris Solinsky, um ex-recordista dos EUA que agora é um assistente técnico no Colégio de William e Mary em Williamsburg , Virgínia. "
Ambas as afirmações são feitas por atletas que nunca competiram em maratonas! Ambos especialistas em 5 e 10.000 metros, com ritmos abaixo de 3minutos/km nestas distâncias.
Os motivos acima indicados da importância deste tipo de corrida são claramente objetivos e de fácil compreensão. Agora é adaptar estas informações às nossas características e objetivos. Cabe a cada um de nós perceber o seu próprio ritmo e tentar implementar um treino adequado aos seus objetivos,
Portanto, mesmo que as nossas provas se foquem essencialmente em distâncias abaixo dos 10.000 metros, é muito importante fazer treinos longos, com ritmos próprios de preparação para longas distâncias, uma vez que vai provocar no nosso organismo um conjunto de alterações metabólicas extremamente importantes para a melhoria dos nossos resultados.
Falando a título pessoal, as provas que realizo são quase todas abaixo dos 10.000 metros. Apesar de não ser exemplo no domínio prático, pois não aplico a quantidade de treino e metodologia adequadas para grandes performances/resultados, são frequentes treinos a ritmos na ordem dos 4.10m/km com duração superior a 1hora. A estes treinos, claro que aplico treinos de duração mais curta e maior intensidade. Sem nunca esquecer a importância dos treinos de recuperação!

Carlos Oliveira


domingo, 16 de outubro de 2016

Será apenas marketing? Sapatilhas para Pronador, Neutro ou Supinador?

Afinal, escolher as sapatilhas em função da passada: neutra, pronadora ou supinadora, pode ser uma grande campanha de marketing!
Sou daqueles que se preocupa com o tipo de passada, e sempre tive cuidado com as sapatilhas que compro para correr. Já escrevi um artigo sobre esta temática, http://www.viveodesporto.com/2014/11/o-que-devo-saber-antes-de-escolher-as_96.html, e tenho falado aos meus amigos sobre ela. Na semana passada, enquanto dava um treino de atletismo aos meus atletas, com o apoio de uma colega que está a tirar o nível III de treinadora, ela disse-me: Carlos isso é uma grande treta: os estudos não associam grande importância a esse fator…

Lá vim eu perder umas horas a investigar um pouco mais. As buscas na internet encaminham-nos quase todas para o SIM! É um fator muito importante escolher bem as sapatilhas em função da passada!
Através de um artigo no New York Times, http://well.blogs.nytimes.com/2013/06/26/the-myth-of-pronation-and-running-injuries/ cheguei a um estudo  realizado por uma Universidade Dinamarquesa sobre este  tema, publicado online http://bjsm.bmj.com/content/early/2013/06/12/bjsports-2013-092202.abstract,  que demonstra que a utilização do tipo de sapatilha, em função do tipo de passada , para evitar lesões não está comprovada.  Tendo em conta a amostra (mais de 900 atletas) é um estudo já a ter em conta…

Resumindo: O estudo não comprova a relação de utilização de tipo de sapatilha/tipo de passada com o aumento de lesões desportivas. Como é óbvio, não poderá ser totalmente conclusivo, pois não é apenas um estudo que comprova o que quer que seja, são necessários mais estudos. No entanto é um fator a ter em conta! Mais importante, para o não aparecimento de lesões, estão fatores como a falta de alongamentos, o fortalecimento muscular e a intensidade e volume de treino. Um atleta que treina e compete regularmente está muito mais propenso a lesões que um atleta que treine poucas vezes.
A verdade é que a ciência não é exata, e ainda bem. Todos os dias, nas mais variadas áreas, recebemos informações que contrariam conhecimentos por nós adquiridos e assimilados, com base naquilo que era a verdade da altura. Portanto, não devemos ficar agarrados para sempre a uma ideia!

Para concluir: Na dúvida, sapatilhas neutras! Não vale a pena comprar sapatilhas caríssimas, só porque são aquelas “apropriadas” para o nosso tipo de passada, quando ao lado estão umas neutras, com a mesma qualidade, muito mais baratas….

Carlos Oliveira



quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Lisboa com 210 kms de ciclovias em 2017!



Lisboa caminha para o futuro. Sendo uma das cidades mais visitadas a nível mundial, começa a mostrar a face como uma cidade ecológica, apesar de neste momento ter, juntamente com o Porto, níveis de poluição excessiva, de acordo com os últimos dados.
De acordo com dados da autarquia, noticiados em vários meios de comunicação, a cidade vai passar a contar com 210 kms de ciclovias, pois vão ser acrescentados até 2017 mais 150 kms, aos 60 kms já existentes. Trata-se de uma obra ambiciosa, pois os 60 kms existentes são maioritariamente em zonas verdes. Este novo projeto pretende ligar toda a cidade em ciclovias. A concretizar-se, será uma obra majestosa, que vai dignificar ainda mais a Capital, incutir novos hábitos de deslocação e proporcionar um novo estilo de turismo.
Que este projeto se concretize e que, posteriormente, outras cidades envolventes a Lisboa lhe sigam o exemplo especialmente numa importante ligação, na marginal de Oeiras, onde há muita resistência na criação de uma ciclovia. Ainda em 2015, um vereador da CM de Oeiras referia que construir aí uma ciclovia era uma Utopia!

Carlos Oliveira

Fonte: