A prática desportiva e a
sua relação com o nosso sistema Imunitário são um debate interessante. A
maioria julga que a prática desportiva é um sinónimo imediato de reforço desse
sistema. Mas, não é bem assim, senão vejamos…
Em primeiro lugar perceber
o que é o Sistema Imunitário e como funciona…
SISTEMA
IMUNITÁRIO
De uma forma breve e
sistematizada pode-se definir o Sistema Imunitário como um
sistema dinâmico, constituído por órgãos, células e moléculas circulatórias. A
principal função é proteger o nosso corpo contra a invasão de corpos
estranhos do meio externo, evitando infeções. Desta
forma, o sistema imunitário está continuamente a monitorizar o organismo para
analisar, rejeitar e, se necessário, atacar o que é considerado estranho e/ou
perigoso.
ATIVIDADE FÍSICA DE BAIXA INTENSIDADE
No que
respeita à atividade física de baixa intensidade os estudos provam que é de
enorme importância para fortalecer este sistema. Com uma nutrição e descanso
apropriados, o organismo produz um fenómeno chamado de super-compensação, sendo
visível um aumento da performance. Há uma maior produção e movimentação
dos glóbulos brancos pelo nosso organismo, o que proporciona uma maior proteção
do nosso organismo no momento da atividade e também posteriormente. Portanto, se a nossa atividade for
regular, estamos sempre mais protegidos!
ATIVIDADE FÍSICA DE ALTA
INTENSIDADE
No que
respeita à atividade física de grande intensidade os estudos mostram que há um enfraquecimento
do nosso Sistema Imunitário. Com
o treino intenso a probabilidade de overtraining (estado de fadiga prolongado, causada
por um excesso de treino, acompanhado por uma alimentação e/ou repouso
inadequado) e stress competitivo aumentam, debilitando
o sistema imunitário. Estudos observam que, após esforço físico
prolongado e/ou intenso, o sistema imunitário evidencia deficiências na
qualidade da atividade das células imunitárias, assim como na quantidade
disponível das mesmas (células que dirigem o ataque contra invasores). Este
défice pode durar entre 3 horas a 72 horas, dependendo do esforço físico e das
características de cada um de nós. Durante este período de tempo as
bactérias e os vírus podem dominar as entradas do corpo, aumentando o risco de
o organismo contrair infeções. Um outro aspeto resultante da atividade física
intensa prende-se com a enorme produção de radicais livres (moléculas,
altamente reativas, que estão relacionadas com a destruição das membranas de
células imunitárias), sendo este outro fator que pode contribuir para o estado
de imunodeficiência.
Para
contrariar esta tendência negativista da atividade intensa é fundamental uma
boa alimentação, rica em vitaminas e aminoácidos que vão contraira os efeitos
nocivos do treino. Dessa alimentação tentarei falar num novo post, logo
que possível.
Quem
gosta de competir (tal como eu) tem de estar ciente destas situações.
Muitas vezes descuramos. Tenho uma experiência bem recente. Numa
prova de ciclismo, há relativamente pouco tempo, levei o esforço para além
do limite. Senti que estava a ir longe demais mas, para não perder uns
miseráveis lugares, continuei. No dia seguinte febre, mal estar geral. Fiquei
assim um dia, depois voltei ao normal. E não acredito que tivesse sido uma
coincidência!
Carlos
Oliveira
Quem
quiser aprofundar mais este tema pode fazê-lo em:
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