Penso que todos nós já sentimos,
ou já ouvimos alguém queixar-se das dores esqueléticas sentidas quando fica mau
tempo. Normalmente as dores antecedem mesmo a chegada da chuva ou do frio,
fazendo-nos tornar uns autênticos meteorologistas. Não é um mito. É um facto
facilmente explicável. Por exemplo, o meu joelho direito dá sempre sinal quando
há uma mudança brusca do tempo, o que também faz de mim um expert na matéria:-)
Quando o tempo muda para frio ou
para chuva, é acompanhado por uma baixa da pressão atmosférica, fazendo com que
todo o ar que nos rodeia exerça menos pressão sobre o nosso corpo. Havendo
menor pressão sobre o corpo, há um aumento do volume de algumas partes do corpo
humano. Explicando de uma forma leiga, imaginem que o nosso corpo, como matéria
que é, está sempre a ser empurrado “para dentro”. Quando a pressão exterior diminui,
ele consegue “empurrar-se” para fora.
Mas, em que medida a diminuição da pressão atmosférica, pode provocar
dor nas articulações?
Normalmente essas dores acontecem
nas articulações, estando os joelhos, tornozelos, pulsos e ombros na lista dos
mais afetados. Pois, essa baixa pressão atmosférica permite aos tecidos moles,
e ao líquido sinovial, existentes nas nossas articulações, uma expansão, muitas
vezes provocando edema, dificuldade de mobilidade e a natural dor
. O que
acontece é que as articulações ficam com menos espaço para o movimento, são
apertados os nervos e são estes que nos dão a sensação de dor. Claro que essa
dor e esse edema acontecem normalmente a quem tem uma lesão recente ou crónica,
tal como artrites. Daí que os mais afetados são os desportistas e os idosos.
Muitas vezes, essa sensação de
dor ou mal-estar também acontece num osso onde já existiu uma fratura, mesmo
não sendo numa articulação. Esse fenómeno é explicado pela diferença de
densidade óssea existente no osso saudável e na parte do osso anteriormente
fraturada. Normalmente, nestes casos de fratura em zonas não articulares, não
se sente muita dor, apenas a “existência” do osso, e o lembrar da antiga lesão.
Afinal de contas, os nossos idosos, que são os
que mais sofrem deste “caruncho”, sabem bem aquilo que dizem e que sentem. Só
não sabem é explicar porquê! :-)
Carlos Oliveira
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