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segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

Maratona vs Ultra Maratona - Qual a mais difícil?

O Trail Running, enquanto modalidade desportiva está a superar todas as expectativas, quer no que respeita ao número de praticantes, quer na envolvência competitiva.
Os exageros começam a fazer parte das corridas e, infelizmente, até os casos de toma de substâncias proibidas já fazem parte de um desporto que deveria ser de desfrutar da montanha e dos seus trilhos. São já uma minoria aqueles que vão para desfrutar das paisagens…
Os ultra-trails são já quase obrigatórios nos eventos organizados, e já temos muitas provas Portugal  em que as distâncias são superiores a 100kms. O mesmo se passa no resto do mundo.

Fazer um Ultra Trail de 3 dígitos é uma superação e marca a vida de quem o faz. Não tenho a menor dúvida que é assim, vê-se a alegria de quem é finisher nessas provas. Mas, até aqui há os exageros… Ser ultra de 3 dígitos, com 5.000 de desnível é uma grande façanha, mas não é ser REI do atletismo e das provas de dificuldade, sejam físicas ou mentais… nem vou comparar com provas de Trail Running por etapas, por provas de Ciclismo por etapas em alta montanha ou com um Iron Man. Vou só comparar com a MARATONA.


100Kms em montanha  vs Maratona – Qual a mais difícil?
Antes de tirarem conclusões precipitadas, deixo só aqui algumas observações:
- Isto é comparar o incomparável, mas já presenciei em várias provas esta conversa (daí este artigo);
-  quando refiro concluir uma maratona é fazê-lo a correr a um ritmo considerável ( já falarei disso).
- Maratonista e Ultra Maratonista são atletas muito distintos em todos os níveis.

Vamos então às comparações…
Se para um atleta de montanha fazer os 3 dígitos é a superação, para um maratonista, considero como superação fazer abaixo de 2:45h. Tempos entre as 2:45h e 3h são bons e implicam já um bom treino. Tempos superiores a 3 horas são possíveis para a maioria… basta ter um treino regular de 3 vezes por semana.
Atenção que um atleta que faça 2:45h perde mais de 1 minuto ao Km em relação ao record do mundo….
A pergunta que vos faço é a seguinte?
Se hoje decidissem superar-se e, programar para  2018 fazer os MIUT, com os seus 115kms e os seus 7200D+, ou uma maratona abaixo de 2h45m, qual consideram o objetivo mais fácil de atingir?
Na minha opinião, é mais fácil ser finisher no MIUT: quer na dificuldade da prova em si (devido às 30 horas para o fazer), quer na preparação para a mesma… Volume de treino, fortalecimento muscular, boa alimentação… mas é perfeitamente possível, muitas vezes apenas com disciplina, realizado por atletas que começaram a correr depois dos 30 anos!
 Já realizar uma maratona abaixo de 2:45h implica muito volume de treino, muita intensidade de treino, também muita disciplina e grande capacidade de adaptação de sofrimento do corpo durante quase 3 horas com frequências cardíacas altas (muitas vezes perto dos 90%).

Para concluir, deixo a comparação dos resultados de 2017 entre duas das maiores provas Mundias: MIUT e Maratona de Paris

MIUT 115:
Participantes: 780
Finishers:590
Maratona de Paris:
Participantes: 42.000
Finishers: 41.600
Abaixo de 2:45h – 218 atletas!!!!

Nunca fiz nem o MIUT, nem nenhuma Maratona, pois já não tenho joelhos para grandes distâncias, nem paciência e vontade para esses treinos… Comecei o atletismo aos 11 anos e fiz até aos 22 ou 23, …  Quando terminei, fazia meias maratonas na casa da 1:20h. Quando regressei, mais pesado, já veterano, faço três treinos semanais e  no ano passado diz duas meias maratonas, com os tempos 1:24h e 1:26h. Objetivo pouco difícil de alcançar.  O problema é fazer um pace de 3.50/km durante 42 Kms!  … muito trabalho, muito sofrimento, muito risco de lesões… como se pode ver no resultado de Paris, para poucos…

Carlos Oliveira



sexta-feira, 16 de junho de 2017

Milheirais, Espigueiros, Moinhos... O milho, a farinha e o pão são Reis! Trail Rota dos Espigueiros

 E uma experiência de correr numa pequena aldeia, no meio dos Milheirais, Espigueiros e Moinhos? É esta a proposta para quem se quiser aventurar no Trail Rota dos Espigueiros.

Esqueçam a alta montanha, os grandes declives, as vertigens… este Trail Running é diferente….
Há já alguns anos que pensava organizar uma prova de Trail  na minha aldeia natal. Afastado de Caparrosinha, Tondela, há já 12 anos, altura que vim trabalhar para a ilha da Madeira, não consigo esquecer a minha infância, os lugares onde fui crescendo, as pessoas mais velhas que ainda me chama de “Carlitos”. Há 30 anos atrás a aldeia estava cheia de juventude, de gritos, de brincadeira. Hoje tudo é diferente: escola fechada, população envelhecida e campos a ficarem abandonados… só os mais velhos resistem em manter as tradições, os moinhos a moer, os “lameiros” cheios de milho, as pequenas vinhas arranjadas.

O Trail Rota dos Espigueiros vai ser um momento de reencontro, de passagem pelos locais onde muitos brincaram horas a fio… simultaneamente uma motivação para a prática desportiva para os da Terra e uma experiência diferente para os mais treinados e habituados a corridas de rua e de trilhos.


O trajeto que desenhei divide-se em duas partes:

 Na primeira fase, que coincide com a prova MINI, serpenteamos a aldeia e os seus campos envolventes, com passagens por mais de 20 espigueiros, campos de milho, moinhos e atravessando os dois pequenos rios que serpenteiam a aldeia. Serão criadas umas “diversões” para a sua travessia.

Na segunda parte da prova, afastamo-nos da aldeia em direção à Barragem do Paúl, onde poderemos avistar garças, patos bravos e os achigãs a saltar da água. É uma zona com andamentos mais rápidos, mas onde se encontram as maiores dificuldades, quer pela distância já acumulada, quer por algumas subidas mais ingremes. Mas, nada que assuste, pois em 18Kms  a prova principal apenas tem 600m de desnível.





O que podemos encontrar de diferente no Trail da Rota dos Espigueiros?

Um imenso convívio! A prova vai ser também acompanhada por uma mega caminhada com centenas de pessoas de todo o Concelho de Tondela. Haverá também um grande almoço com porco no espeto e churrasco para todos os interessados.
Durante a prova vamo-nos cruzar por gentes simples, que vão estar a dar o seu apoio, e vão estar radiantes por voltar a ver a aldeia cheia! A ruralidade e a humildade cruzam-se! É o que vão ver por lá. Não estranhem se virem também nos abastecimentos presunto e vinho tinto. Poderá muito bem acontecer, oferta daquela gente boa!

Vertente Competitiva do Rota dos Espigueiros!


Quisemos dar uma vertente competitiva ao evento, trazendo alguns atletas com mais experiência e qualidade. Para isso, contamos com o nosso padrinho, o “alvo a abater”! O amigo e ex. colega de equipa nos juvenis, Rui Coimbra, aceitou o desafio. Campeão Nacional da Maratona em 2008 , o Rui começa a fazer as primeiras abordagens no Trail Running. Caso lhe ganhe o gosto, será certamente um dos grandes nomes da modalidade em Portugal, tal como o foi no fundo nacional.

Haverá prémios, claro que sim. Consultem o regulamento. Para além dos prémios/troféus para os primeiros classificados, haverá uma lembrança para todos os elementos da equipa mais numerosa (uma garrafa de um dos melhores néctares tintos da aldeia) e criaremos metas volantes, onde os primeiros a passar irão receber suplementos nutritivos oferta da http://www.boa-saude.pt/ e meias de compressão, oferta da http://runsox.eu/.

A inscrição é de 6€ para a prova MINI e 7€ para o TRAIL: oferta de t-shirt técnica , seguro de acidentes pessoais, abastecimentos…
O difícil nestes eventos é ter participantes na primeira edição, especialmente numa região onde o Trail Running não está fortemente implementado… daí utilizar o meu blogue para divulgar o evento.

Façam like na página para acompanharem as novidades e vão ficar surpreendidos. Acredito que muitos quererão passar um domingo diferente, no sopé da Serra do Caramulo.

Carlos Oliveira






sábado, 15 de abril de 2017

O uso e abuso de bebidas e géis energéticos pelos atletas


É uma prática comum. Ingestão de géis e bebidas antes de provas, durante as provas, e até após as provas!

A verdade é que os géis desportivos devem ser utilizados quase exclusivamente em provas, salvo raras exceções, que se traduzem na experimentação em treino desses géis desportivos, para não se correr o risco de desarranjos intestinais ou indisposições durantes as provas. Já no respeita à sua importância, esta é inegável, especialmente em provas acima de uma hora de duração.






Como nem todos os géis e bebidas são iguais, é importante uma escolha correta!

O nosso organismo não consegue absorver uma quantidade superior a 60 gramas de glicose por hora. Ou seja, uma taxa de ingestão acima desse valor durante a prova não se traduzirá num maior aumento da oxidação de hidratos de carbono e poderá induzir um desarranjo gastrointestinal desnecessário.

 Como podemos então contornar esta situação?

Quando o limite de absorção de glicose está esgotado, é necessário recorrer à frutose, uma vez que utiliza transportadores diferentes da glicose a nível intestinal. Assim, a escolha de géis  desportivos que possuam uma formulação de glicose e frutose (numa razão de dois para um) permite que esta taxa de absorção seja maximizada para as 90 gramas/hora, com consequente melhoria da performance. Esta utilização mais intensa de energia, devam ser experienciada em provas mais longas e, como disse anteriormente, estes géis energéticos devem ser previamente utilizadas, para  “treinar” a aptidão do intestino em lidar com estas quantidades e evitar qualquer tipo de desconforto gastrointestinal.
Dois outros elementos muito importantes na escolha das bebidas e géis energéticos é  terem na sua composição maltodextrinas e cafeína.

Carlos Oliveira

Fonte: Pedro Carvalho Nutricionista e docente da Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto

sexta-feira, 31 de março de 2017

GAME OVER….joelho KO! Ter que repensar a minha atividade física! ...


Não é que fosse uma notícia de todo inesperada.  A imensa crepitação no joelho direito, as dores sempre que aumentava cargas, o desconforto em determinadas posições faziam-me desconfiar que este meu joelho estava malzinho.
Após a meia Maratona do Funchal tive um estiramento do adutor e também da inserção do reto anterior, tendo de recorrer à fisioterapia. Aproveitei o momento para pedir uma Ressonância Magnética ao joelho pois, já tinha prometido a mim mesmo que o faria quando tivesse de recorrer novamente a tratamentos desportivos.
Está a fazer 2 semanas que recebi o resultado: Condropatia  em todo o joelho,  sendo que na zona exterior já de nível III. Resumindo, tenho a cartilagem numa lástima e tenho de repensar a minha atividade física, sob o risco de daqui a uns anos deixar de ter qualidade motora e dores constantes no joelho. Afinal este joelho já sofreu muito. Duas cirurgias, uma delas já há 19 anos, fazem os seus estragos na cartilagem…
Não é um drama, mas deixa-me triste. No fim de tantos anos sem competir, tinha regressado há 2 anos e, este ano, estava a fazer as coisinhas de maneira diferente e sentia os resultados a aparecer… ainda não sei se vou parar de vez, se vou parar progressivamente após a recuperação no adutor, até me sentir a arrastar no pelotão e desmotivar…
Ainda aguardo ordens médicas para, ao menos, poder continuar na bicicleta. E quando digo bicicleta, digo a meter carga, a subir à Estrela, ao Pico do Arieiro, ao S. Macário. Só rolar, por rolar, vendo logo as bicicletas, ou deixo-as ganhar "teias de aranha" até os meus filhos terem tamanho para lhe pegar! … Já tenho uma opinião médica, vou procurar mais uma ou duas…
É assim. A idade, as lesões antigas não perdoam! Resta a resignação e a readaptação a um novo desporto.

Como dizem os meus amigos mais próximos. Não estou inválido, mas para lá caminhoJ! dasss