domingo, 2 de agosto de 2020
terça-feira, 13 de fevereiro de 2018
REDEFINIR O IMPOSSÍVEL; A PAIXÃO TRANSPÕE MONTANHAS
Porque Viver o Desporto nos permite alcançar o impossível, mover montanhas,
trago-vos a história do Nuno Ribeiro, um exemplo de força, de coragem, que deve
ser transmitida a todos. O Nuno nasceu com Paralisia Cerebral e, junto com a
sua família, provou que com força e determinação conseguimos alcançar muitos
dos nossos sonhos.
Nascer
com uma deficiência, ou passar a tê-la em qualquer fase da nossa vida, é um
facto que devemos ter sempre presente. Se for esse o nosso destino, ou de um
nosso familiar ou amigo, vamos à luta, não nos resignemos!
Felizmente o Nuno Ribeiro quis, mas também teve a possibilidade de lutar. Muitos querem, mas não conseguem, pois são pouco apoiados e os tratamentos são dispendiosos. Temos de deixar de ser apáticos e pressionar quem nos governa. As intervençoes precoces são fundamentais e, na maioria das vezes, acabam por não acontecer...
Felizmente o Nuno Ribeiro quis, mas também teve a possibilidade de lutar. Muitos querem, mas não conseguem, pois são pouco apoiados e os tratamentos são dispendiosos. Temos de deixar de ser apáticos e pressionar quem nos governa. As intervençoes precoces são fundamentais e, na maioria das vezes, acabam por não acontecer...
Deixo-vos
com a história do Nuno.
Obrigado
pelo teu testemunho…
O meu nome é Nuno Ribeiro, tenho 27
anos e sou do Barreiro
Nasci a 28 de Agosto de 1990 se
calhar, quem sabe, com o objetivo de mudar mentalidades e de demonstrar que a
palavra impossível não deveria existir no dicionário do ser humano!
Nasci com Paralisia Cerebral, deficiência
relacionada com o Sistema Nervoso Central.
Quando me perguntam o que é, não sei
a melhor forma de explicar, de forma a que as pessoas entendam, por isso digo
que o cérebro não envia os comandos corretos para o corpo, daí eu ter problemas
de equilíbrio e deslocar-me com “este andar desengonçado”.
Desde que nasci, todos os médicos
disseram aos meus pais que eu nunca iria andar!
Foi então que conhecemos a Associação
NÓS - Associação de Pais e Técnicos para a Integração do Deficiente, que tem
como objetivo promover a inclusão social de pessoas com deficiência ou em situação
de risco e/ou desvantagem social.
Nesta associação foi dito aos meus
pais que havia uma fisioterapeuta, a quem eles poderiam pedir mais uma opinião!
Depois de já terem ouvido tanto, não
perdiam nada por saber mais uma opinião.
Após uma avaliação a fisioterapeuta
disse aos meus pais que eu tinha tudo para andar e que iria andar!
Comecei a andar apenas com cerca de 7
anos de idade, depois de fazer a minha primeira cirurgia, para alongamento de
tendões, até então só me equilibrava agarrado a alguém ou a alguma coisa.
Era uma cirurgia inovadora em
Portugal, ainda tinham sido realizadas poucas cirurgias com esta técnica por
isso os médicos não sabiam qual seria o resultado final em mim!
A cirurgia foi um sucesso, mas os
médicos disseram aos meus pais que podia ser necessário repeti-la mais tarde, na
adolescência devido ao crescimento!
Após um longo processo de recuperação
comecei a caminhar sozinho sem ser necessário apoio de ninguém!
Avancemos até aos meus 16/17 anos,
fase da adolescência, em que damos um pulo grande em termos de crescimento!
Foi necessária nova cirurgia, uma vez
que os tendões, não acompanharam o crescimento e foi necessário novo
alongamento dos mesmos.
Esta cirurgia foi dividida em 3
fases! E acabou em mais um sucesso!
Depois de finalizado novo processo de
recuperação, e já cansado de tantos anos de fisioterapia, resolvi entrar para
um ginásio.
Por ser um ambiente novo para mim foi
necessário optar por ter Personal Trainer, seria a melhor forma de me ambientar
e evoluir ainda mais!
Se a minha vida tinha mudado até
aqui, iria mudar mais ainda...
Num dos treinos, perguntei-lhe se ele
dava Aulas de Grupo e se sim quais eram!
Ele disse que dava Cycling! Perguntei
lhe o que era, e ele explicou-me!
Nesse momento, após a explicação,
essa modalidade despertou-me interesse, ainda sem ter experimentado.
Quando lhe pergunto se teria
condições para a praticar ele disse-me que se calhar seria difícil...
Mas eu gosto de ir a favor do que
dizem ser difícil ou impossível por isso fui experimentar!
Desde essa primeira aula que a paixão
nunca mais desapareceu!
Passaram 4 anos e ser só aluno para
mim não chegava, queria mais, queria ser instrutor!
Foi então, que me foi apresentado, o
Master Instrutor de Spinning® Pedro Maia, que já tinha dado formação a outras
pessoas também com algum tipo de limitação.
Após uma “avaliação” para ver a
viabilidade de eu tirar ou não a Formação para leccionar classes de Spinning®,
propôs-me que eu fizesse a Formação e nessa altura reavaliar a possibilidade de
uma carreira como instrutor.
Inscrevi-me na formação e felizmente
conclui-a com sucesso!
Ter recebido o certificado de
instrutor, foi ainda mais uma lufada de dar ar fresco na minha motivação, pois
consegui-me superar, em algo que nunca pensei ser possivel!
Concluo, deixando a mensagem, que
quando quiserem dizer que é impossível, substituam o impossível por possível!
Nuno
Ribeiro
domingo, 4 de fevereiro de 2018
Sporting Campeão Europeu de Corta Mato
O Atletismo Português está novamente em grande destaque. Este domingo, dia 4 de fevereiro, o Sporting Clube de Portugal fez a dobradinha, sagrando-se Campeão Europeu de corta-mato Masculino e Feminino em prova realizada em Mira, conhecida localidade balnear, no distrito de Coimbra.
Na prova feminina, a equipa do Sporting pontuou com as seguintes atletas: Jessica Augusto com um fantástico 2.º lugar, Sara Moreira 5.ª classificada, Inês Monteiro 7.ª classificada e fechou a equipa Svetlana Kudzelich, no 8.º lugar.
A equipa do Sporting venceu com 22 pontos, seguida da
equipa do Bilbao Atletismo Santutxo, com 31 pontos, enquanto o terceiro posto
foi para as turcas de Bursa Buyuksehir, com 55 pontos.
No setor Masculino, o Sporting conseguiu a vitória
coletiva e Individual. Na vertente individual o queniano Davis Kiplangat venceu
com 20 segundos de vantagem sobre o 2.º classificado.
Para além de Davis Kiplangat, pontuaram para a equipa Rui
Pedro Silva, no 6.º lugar, Rui Teixeira em 7.º lugar, Licínio Pimentel em 11.º
lugar. Em segundo lugar coletivo ficou a equipa do Olympic Essenbeek, com 40
pontos e em terceiros os Espanhóis do Atletismo Bikila, com 74 pontos.
Parabéns ao Sporting pela grande aposta no atletismo nos
últimos anos e parabéns ao atletismo português e seus atletas. Apesar do
Sporting contar com alguns atletas estrangeiros nas suas fileiras, a maioria
são nacionais, mostrando que, apesar de tantas dificuldades, ainda somos dos
melhores da europa.
Carlos Oliveira
Etiquetas:
Sporting; campeonato europeu corta-mato
segunda-feira, 8 de janeiro de 2018
Maratona vs Ultra Maratona - Qual a mais difícil?
O Trail
Running, enquanto modalidade desportiva está a superar todas as expectativas,
quer no que respeita ao número de praticantes, quer na envolvência competitiva.
Os exageros
começam a fazer parte das corridas e, infelizmente, até os casos de toma de substâncias
proibidas já fazem parte de um desporto que deveria ser de desfrutar da
montanha e dos seus trilhos. São já uma minoria aqueles que vão para
desfrutar das paisagens…
Os ultra-trails são já quase obrigatórios
nos eventos organizados, e já temos muitas provas Portugal em que as distâncias são superiores a 100kms. O
mesmo se passa no resto do mundo.
Fazer um Ultra Trail de 3 dígitos é uma superação e marca a vida de quem o
faz. Não tenho a menor dúvida que é assim, vê-se a alegria de quem é finisher nessas provas. Mas, até aqui há
os exageros… Ser ultra de 3 dígitos, com 5.000 de desnível é uma grande
façanha, mas não é ser REI do atletismo e das provas de dificuldade, sejam físicas
ou mentais… nem vou comparar com provas de Trail
Running por etapas, por provas de Ciclismo por etapas em alta montanha ou
com um Iron Man. Vou só comparar com a
MARATONA.
100Kms em montanha vs Maratona – Qual a mais difícil?
Antes
de tirarem conclusões precipitadas, deixo só aqui algumas observações:
- Isto
é comparar o incomparável, mas já presenciei em várias provas esta conversa (daí
este artigo);
- quando refiro concluir uma maratona é fazê-lo
a correr a um ritmo considerável ( já falarei disso).
- Maratonista
e Ultra Maratonista são atletas muito distintos em todos os níveis.
Vamos então às comparações…
Se
para um atleta de montanha fazer os 3 dígitos é a superação, para um
maratonista, considero como superação fazer abaixo de 2:45h. Tempos entre as 2:45h
e 3h são bons e implicam já um bom treino. Tempos superiores a 3 horas são
possíveis para a maioria… basta ter um treino regular de 3 vezes por semana.
Atenção
que um atleta que faça 2:45h perde mais de 1 minuto ao Km em relação ao record
do mundo….
A pergunta que vos faço é a seguinte?
Se
hoje decidissem superar-se e, programar para 2018 fazer os MIUT, com os seus 115kms e os
seus 7200D+, ou uma maratona abaixo de 2h45m, qual consideram o objetivo mais
fácil de atingir?
Na
minha opinião, é mais fácil ser finisher no MIUT: quer na dificuldade da
prova em si (devido às 30 horas para o fazer), quer na preparação para a
mesma… Volume de treino, fortalecimento muscular, boa alimentação… mas é
perfeitamente possível, muitas vezes apenas com disciplina, realizado por
atletas que começaram a correr depois dos 30 anos!
Já realizar uma maratona abaixo de 2:45h
implica muito volume de treino, muita intensidade de treino, também muita
disciplina e grande capacidade de adaptação de sofrimento do corpo durante
quase 3 horas com frequências cardíacas altas (muitas vezes perto dos 90%).
Para
concluir, deixo a comparação dos resultados de 2017 entre duas das maiores
provas Mundias: MIUT e Maratona de Paris
MIUT 115:
Participantes:
780
Finishers:590
Maratona de Paris:
Participantes:
42.000
Finishers:
41.600
Abaixo
de 2:45h – 218 atletas!!!!
Nunca fiz
nem o MIUT, nem nenhuma Maratona, pois já não tenho joelhos para grandes
distâncias, nem paciência e vontade para esses treinos… Comecei o atletismo aos
11 anos e fiz até aos 22 ou 23, …
Quando terminei, fazia meias maratonas
na casa da 1:20h. Quando regressei, mais pesado,
já veterano, faço três treinos semanais e
no ano passado diz duas meias maratonas, com os tempos 1:24h e 1:26h.
Objetivo pouco difícil de alcançar. O
problema é fazer um pace de 3.50/km durante 42 Kms! …
muito trabalho, muito sofrimento, muito risco de lesões… como se pode ver no
resultado de Paris, para poucos…
Carlos
Oliveira
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