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sábado, 23 de abril de 2016

MIUT 2016 - A afirmação deste UltraTrail: grandes nomes do trail mundial; muito público; paisagens fantásticas...

Sábado 5 horas da manhã. Despertador a tocar…. Sem pernas e preparação para participar nas provas Ultra do MIUT, e sem vontade de participar na prova pequena, tinha decidido que, para além de acompanhar estes bravos, também teria de sentir na pele um pouco do seu sofrimento.
06:00H  - Saída do Funchal em direção ao Curral das Freiras: Cerca de 10kms, com ascensão de 950 metros. Percorrer a cidade ainda de noite e fazer parte da ascensão na escuridão foi uma bela experiência.
07:00hH – Chegada ao Curral das Freiras. Com tempo para tomar um café e ver os primeiros (pensava eu). Afinal, não: já tinham passado 3 participantes, a tirar mais de 30 minutos às melhores previsões. Um americano, de nome Zach Miller, estava a impor um ritmo diabólico, levando atrás de si os franceses e espanhóis candidatos à vitória.
Após ver alguns concorrentes a chegar, tinha de arrancar. Tinha uma violenta subida até ao Pico do Arieiro, a 1800 metros, com pendentes elevadíssimos, entre os quais um setor com 2,6kms  a 16% de inclinação. (https://www.strava.com/activities/554545463/segments/13409086091) Um mau momento para fazer a subida por aí, pois tenho pedalado muito pouco. Mas tinha de ser, era o caminho mais curto e rápido. Durante essa subida, a minha motivação era que, ali ao lado, outros a estavam a subir a pé, por entre trilhos e pedras, com já 8 horas de corrida para trás.

No Pico do Arieiro, repleto de gente, entre turistas e espetadores, o Zach Miller chegou como um louco. A parte final da subida toda a correr (daqueles que vi, o único que o fez), claramente alheado daquilo que o rodeava, até um pouco confuso, com a falta de oxigénio e com a multidão, tal a intensidade com que fez aquela subida, levando o corpo ao limite.
Após observar os 9 ou 10 primeiros, onde tirei as fotos abaixo, fui ver a parte inicial dos 42kms, que tinha partido às 10h da manhã e que, nesta fase inicial, fazia a subida ao Pico do Areiro. Tal como esperava, o Marco Silva seguia isolado em 1.º lugar. Uma máquina a subir, indicada para estas distâncias “mais curtas”. Infelizmente desistiu, enquanto liderava, por causa de inúmeras bolhas que lhe surgiram nos pés!
Após ver os atletas, fui descendo, acompanhando-os em vários locais. À minha espera, em Machico, local da chegada, estava um belo mergulho no mar, a minha mulher e os meus filhotes, onde passámos o resto do dia. Também merecia um belo descanso. Afinal tinha feito 60kms com 2600 metros de desnível positivo.
Este MIUT foi uma afirmação. No seu ano de estreia no Ultra Trail World Tour foi um sucesso. Grandes atletas de top mundial, a impor ritmos avassaladores. Muito público, organização muito competente, participantes de 36 países, e cerca de 1000 voluntários que tornaram o evento possível!
Quanto aos resultados, Zach Miller rebentou com a concorrência masculina, ganhando com uma vantagem de mais de 20 minutos, com o tempo de 13:53H
Mas, mais impressionante ainda, foi a vitória feminina: Caroline Chaverot. Fez 8.ª posição à geral absoluta, com o tempo de 15:02H ganhando mais de 1 hora à 2.ª classificada.
Nos 85kms a vitória foi para Danien Douvry, nos masculinos com 10.22h, e nos femininos Magali Gigon com 13h 07m.
Em baixo deixo alguns vídeos das chegadas dos primeiros classificados e algumas fotografias tiradas no Pico do Arieiro, a 1800 metros de altitude.
Que para o ano este sucesso se repita!

Carlos Oliveira















2 comentários:

  1. É preciso ter muita vontadinha. Acordar às 5 da manhã para andar de bicicleta e ver e à noite paciência para escrever... Em ambas as situações eu dormia :-)

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