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quinta-feira, 4 de setembro de 2014

A importância da atividade física para o desenvolvimento harmonioso da criança asmática

                 Com um novo ano letivo a iniciar-se voltarei a deparar-me com um considerável número de alunos com problemas respiratórios, nomeadamente asma. São sempre 2 ou 3 por turma, por vezes mais, isto a acreditar-me naquilo que dizem, pois normalmente nunca chega qualquer relatório médico, quer ao professor de Educação Física, quer ao Diretor de Turma. É fundamental o professor de Educação Física tomar conhecimento, de imediato, de quais os alunos que possuem problemas de saúde nas suas turmas, para puder atuar em conformidade.

                Fatores como a poluição, o sedentarismo, a alimentação e o meio envolvente influenciam diretamente a evolução de doenças respiratórias. Aqui pela Madeira a percentagem da população com asma é significativa, embora inferior a outras partes do país.
                As crianças portadoras de asma geralmente têm fraca condição física, porque têm as naturais dificuldades respiratórias e são, desde sempre, super protegidas pelos pais e privadas da atividade física. Acredito que os médicos aconselhem o exercício físico, mas os pais ao verem os seus filhos ofegantes, com pieira e dificuldade respiratória nas pequenas brincadeiras do dia a dia protegem os seus filhos não os colocando a fazer exercício regularmente.
                A possibilidade de ocorrer um episódio de broncoespamo (dificuldade aguda em respirar) numa aula de Educação física é muito maior em crianças asmáticas sedentárias, ou com pouca preparação física, do que numa criança que faça exercício com regularidade. Daí ser importante o professor de EF saber quem tem o quê, para puder exigir de acordo com as possibilidades do aluno. Uma exigência elevada num aluno asmático, que não tenha hábitos desportivos, vai desencadear uma crise…
                Então o que devem fazer os pais?
·         Em 1.º lugar devem informar a escola da situação de saúde do seu filho, preferencialmente com um relatório médico que especifique a problemática e, se possível, uma pequena prescrição da frequência e intensidade da atividade física recomendada, para uma possível adaptação às aulas de EF.
·         Devem preocupar-se em colocar o seu filho num desporto que a criança goste. De uma forma geral, uma situação de asma bem controlada, não é impeditiva de fazer qualquer desporto, embora existam uns mais indicados, tal como a natação ( desde que as piscinas não sejam tratadas com cloro)
·         Verificar se as crianças trazem sempre consigo a medicação a ser utilizada em caso de crise (já me aconteceu várias vezes não estar com o aluno).
                Para que serve este artigo?
·         Primeiramente para voltar a desmistificar a questão da incompatibilidade da atividade física com a asma. Os estudos demonstram que a atividade física serve não só como um complemento no tratamento da doença, como permite um desenvolvimento harmonioso da criança. Mesmo na competição são cada vez mais os exemplos de atletas asmáticos de top mundial. Miguel Indurain, Rosa Mota são dois fantásticos casos, pois o ciclismo e o atletismo de fundo são das modalidades menos indicadas, mas há outros como David Beckham, ou Paul Scholes, no futebol.
·         Todos temos na família ou no grupo de amigos, uma criança conhecida com asma. Fazer passar a mensagem da importância da atividade física e de uma informação atempada à escola. O ano letivo está a começar e informar o professor daqui a 2 ou 3 meses não faz muito sentido…
·         Retirar as crianças de casa, de frente do computador e televisão, e levá-las para a rua, para correr, andar de bicicleta, jogar futebol. Enfim, cansá-las!...

Quem estiver interessado pode aprofundar o seu conhecimento sobre esta doença no seguinte site:

Carlos Oliveira

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