Uma grande percentagem dos
atletas amadores que, de uma forma regular, fazem as suas corridas, muitas
vezes inseridas em momentos competitivos, como as corridas de rua, o trail running ou as provas de BTT, negligenciam
por completo a realização de exames médicos que comprovem a sua aptidão para a
prática desportiva.
A maioria dos leitores deste
artigo já estará a pensar: “pois, já nem me lembro da última vez que fiz um
eletrocardiograma, um raio-X ao tórax, umas análises” e, em última instância, “uma
prova de esforço”.
Se, no desporto de alto
rendimento, os atletas são encaminhados para os centros de medicina desportiva
existentes no país, onde realizam os exames
protocolados com a modalidade desportiva praticada. No desporto amador, mesmo
federado, não há praticamente nenhum controlo de exames médicos por parte de clubes
e atletas!
No entanto, o nível competitivo
no desporto amador é de tal forma elevado que há imensos atletas amadores com
planos de treino, uso diário de suplementos alimentares desportivos, treinos em
volume e intensidade elevados… aliás, há amadores que treinam como profissionais
de alto rendimento! Desses, quantos já fizeram, por exemplo uma prova de
esforço, ou RX ao tórax, um ECG?
Apesar de a prova de esforço não
estar protocolada como um exame complementar de diagnóstico na prática
desportiva para atletas amadores, a verdade é que é efetivamente o momento em
que o médico consegue ver a evolução do nosso sistema cardiovascular numa
situação de esforço semelhante à praticada nas provas. Ninguém poderá dizer que
não é útil… Não será protocolada devido aos valores monetários que implica,
assim como os recursos humanos e materiais que poderão não ser suficientes…
A morte súbita no desporto
acontece, infelizmente. E têm acontecido bastantes casos nos últimos tempos,
especialmente em modalidades de longa duração e intensidade. Basta fazer uma
pequena pesquisa na internet… quase todos, em atletas amadores!
A maioria de nós tem ânsia de se
superar e, nas provas, leva o corpo ao limite, ou perto dele. A título pessoal,
sou dos que o faço… Nas provas levo quase sempre o medidor de FC, não olho para
ele, mas em casa tenho curiosidade de ver como decorreu a prova. Muitas vezes
não gosto do que vejo, é a verdade…
Preocupo-me em fazer exames
médicos de uma forma regular. Ainda há alguns meses voltei a fazer uma prova de
esforço. É agradável ouvir o médico dizer que está tudo bem, que se vê um
coração habituado ao esforço, a estabilizar em determinados patamares, e que
tudo está dentro da normalidade. Claro que gasto algum dinheiro, provavelmente
já não compro aqueles calções XPTO naquele ano, mas são opções.
O alerta que deixo é: façam
alguns dos exames que referi anteriormente com regularidade. Preferencialmente,
procurem médicos associados à medicina desportiva. Estejam atentos aos sinais
do vosso corpo: palpitações, desmaios, fraqueza, dores no peito…
Carlos Oliveira
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