A dor de burro é uma dor
abdominal muito comum nos iniciantes de corrida podendo, no entanto, também
surgir em atletas mais experientes.
Nas crianças é extremamente
comum. Acho que todos nós já tivemos dor de burro. Enquanto professor de
Educação Física deparo-me com esta situação dezenas de vezes por ano, em
especial nos inícios de ano letivo, já que muitos alunos passaram todas as
férias de Verão sentados à frente da sua televisão/PC a perder as poucas
capacidades físicas que foram ganhando durante o ano letivo anterior.
O que pode provocar a dor de burro?
·
O principal fator é uma má preparação física:
devido ao esforço exigido, há uma necessidade de maior bombeamento de sangue.
Quando o coração não consegue bombear todo o sangue, ocorre a famosa dor de
burro. A dor pode surgir do lado direito (fígado), ou do lado esquerdo (baço),
quando acontece um bloqueio do sangue venoso nesses dois órgãos;
·
Má respiração: normalmente uma respiração
torácica (curta/rápida e superficial) não permite uma correta oxigenação do
sangue. A respiração correta deve ser a respiração abdominal (longa e profunda)
que permite a correta oxigenação do sangue e, consequentemente, mais O2 e
nutrientes para os músculos;
·
Má alimentação: Treinar de estômago
cheio, sem ter realizado a correta digestão! Durante a digestão os órgãos que
se situam na zona abdominal necessitam de bastante sangue. Mas, para além da
dor de burro, há outros fatores graves que podem ocorrer, quando se faz
desporto de barriga cheia. Daí que esse seja um dos maiores erros de qualquer
desportista.
·
Não realização do aquecimento: O
aquecimento não é mais que a adaptação do nosso corpo ao exercício intenso que
será realizado de seguida, quer a nível cardiovascular, quer muscular. Um bom
aquecimento deve-nos obrigar a elevar consideravelmente a frequência cardíaca (1.ª adaptação do sistema cardio-respiratório ao esforço) e permitir “aquecer”
os músculos para, de seguida, os alongar e preparar para a intensidade.
O que fazer quando ocorre a
dor de burro?
·
Diminuir a intensidade da atividade;
· Respirar profundamente, de forma a oxigenar ao
máximo o sangue;
· Em última instância parar, respirar profundamente
e comprimir/apertar a zona dolorosa.
·
Muitas vezes a dor de burro surge também nos
dias seguintes, logo no início das atividades. Deve-se realizar as medidas
referidas anteriormente.
O normal é que, à medida que
vamos conhecendo o nosso corpo e vamos treinando melhor, a dor de burro deixe
de aparecer. No entanto, mesmo em atletas mais experientes ela acaba por
surgir, nestes casos principalmente por má alimentação ou por overtraining (excesso de treino).
Carlos Oliveira
Seus portugas aqui no Brasil o nome disse é "dor de viado"
ResponderEliminarObrigado Josiel!
EliminarAinda ontem vários alunos tiveram dor de burro na atividade da manhã. Aliás, dor de viado, como diz o amigo "brazuca"!
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